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São Paulo, segunda-feira, 26 de maio de 2003

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JOGO DEFINIDO

Frustrou-se a tentativa de alguns dirigentes de futebol de pressionar o governo e criar um ambiente de rejeição ao novo Estatuto do Torcedor e à chamada Lei de Moralização do Futebol. A ameaça de suspender o andamento do Campeonato Brasileiro foi logo abandonada e o Ministério do Esporte assumiu a única posição aceitável no caso: defender a lei aprovada pelo Congresso Nacional e sancionada pelo presidente da República.
Os sinais são de que o processo de modernização da gestão do futebol no Brasil avança, ainda que lentamente. A nova legislação vai na direção correta de enquadrar a atividade num regime de maior transparência administrativa, com a responsabilização de dirigentes por irregularidades. Da mesma forma, o reconhecimento de que o torcedor tem direitos e deve ser tratado como consumidor é um passo importante para a inclusão do futebol brasileiro em parâmetros mais avançados, a exemplo do que ocorre em outros ramos da indústria de entretenimento.
O futebol é hoje, no mundo, um grande negócio, um espetáculo que envolve enormes platéias, poderosos anunciantes, patrocinadores, contratos de televisão, venda de produtos esportivos etc. É lamentável que no Brasil ainda se esteja a discutir questões básicas, como se os assentos dos estádios devem ou não ser numerados ou se o torcedor tem direito a conhecer o regulamento e a tabela de uma competição com alguma antecedência.
A desorientação mostrada pelos dirigentes após o encontro com o ministro do Esporte parece indicar que as antigas práticas estão pouco a pouco dando lugar a novas. É de esperar que os efeitos da legislação possam induzir também a uma crescente renovação das lideranças do setor e que o futebol brasileiro possa, enfim, desfrutar de prestígio não apenas dentro das quatro linhas, mas também fora delas.


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