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FERNANDO RODRIGUES
Lula, Mercosul e os árabes
BRASÍLIA - Lula visitará cinco países árabes na semana que vem. De todas
as viagens presidenciais, será uma
das mais simbólicas sobre a linha petista adotada na política externa.
Além de levar uma equipe de ministros de peso, Lula decidiu convidar Eduardo Duhalde, que preside o
Mercosul e presidiu a Argentina até
recentemente.
Até onde a vista alcança, é inédito
um presidente brasileiro convidar
um colega argentino -tudo foi previamente combinado com Néstor
Kirchner- para um passeio internacional, cujo objetivo principal é estimular o comércio.
A idéia é aprofundar o fortalecimento político do Mercosul. Também
fica evidente que a relação entre Brasil e Argentina nunca foi tão próxima. Duhalde foi convidado pessoalmente por Lula, na semana passada,
quando esteve em Brasília. Falam-se
com frequência ao telefone.
Além de Duhalde, acompanharão
Lula os ministros Antonio Palocci Filho, Luiz Fernando Furlan, Ciro Gomes, Walfrido Mares Guia, Tarso
Genro, Celso Amorim e até o general
Jorge Félix, da Segurança Institucional, que nunca acompanhou o presidente em viagens internacionais.
São menos ministros do que os que
estiveram na viagem anterior, à África. Mas o peso dos atuais convocados
é nitidamente maior.
Será um passo a mais na estratégia
de desenvolver mercados alternativos
para o país. De janeiro a outubro, o
comércio do Brasil com os países árabes foi de US$ 4,065 bilhões, com uma
vantagem de US$ 73 milhões para a
chamada Liga Árabe.
Lula, seus ministros e Duhalde visitarão Síria, Líbano, Emirados Árabes, Egito e Líbia. Nos Emirados Árabes, a grande atração será a Semana
do Brasil no Oriente Médio.
Assessores do presidente chegaram
a cogitar de cancelar a viagem. As votações no Congresso exigiriam a presença de Lula. Nem pensar. A viagem
foi mantida. Lula deu prioridade
máxima a essa sua investida internacional, agora de braços dados com o
Mercosul e a Argentina.
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