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JUROS EM ALTA
A economia brasileira registrou "alguma" desaceleração
nos últimos meses, mas ainda insuficiente para reverter as expectativas
de inflação, segundo análise dos
membros do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom). A
inflação atingiu 6,87% nos 12 meses
findos em outubro. As expectativas
do mercado projetam uma inflação
de 7,19% no ano -que ficaria, assim, dentro da margem de tolerância
da meta, que vai até 8%.
Para 2005, as expectativas apontam
inflação de 5,9%, acima do objetivo
anunciado pelo BC, de 5,1%. Diante
disso, o Copom sinalizou em sua ata
que o processo de alta da taxa básica
de juros, que já subiu 1,25 ponto percentual, deverá persistir e poderá até
mesmo se intensificar para garantir
uma trajetória de aumento de preços
compatível com a meta fixada.
Embora se verifiquem algumas
pressões internas, a recente alta da
inflação está associada preponderantemente às cotações internacionais do petróleo e das commodities
agrícolas e metálicas. Grande parte
desses aumentos está vinculada à retomada da economia mundial e ao
crescimento da produção industrial
brasileira liderado pelas exportações.
Como os principais movimentos de
alta têm origem externa ou decorrem
da indexação das tarifas públicas, a
elevação dos juros tem de ser forte o
bastante para desencadear uma deflação nos preços livres.
Com isso, mais uma vez o BC, em
nome de uma meta de inflação ambiciosa, e na crença de que a economia
brasileira não pode crescer acima de
4% ao ano, vai impondo restrições à
expansão da atividade econômica e
contribuindo para a elevação da dívida pública. A ata do Copom divulgada ontem é, nesse sentido, mais uma
peça desalentadora para o setor produtivo e para as perspectivas de um
crescimento mais vigoroso e contínuo da economia brasileira.
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