São Paulo, sexta-feira, 26 de novembro de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

PAINEL DO LEITOR

INSS
"Em relação ao texto "Previdência flerta com improbidade administrativa" (coluna "No Planalto", Brasil, 21/11), a diretoria do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) reitera que não houve recuo em sua determinação de modernizar o aparato tecnológico dos postos de atendimento da Previdência, uma vez que os atuais equipamentos estão obsoletos e incapazes de atender à demanda dos beneficiários dentro dos padrões de qualidade e eficiência defendidos pelo INSS. Esclarece ainda que a compra ou locação de novos computadores não é um pretexto, e sim uma necessidade vital, para a melhoria e agilização do atendimento aos aposentados e pensionistas da Previdência Social. A determinação será cumprida. O Tribunal de Contas da União atestou a regularidade do contrato (041/2004) assinado entre o INSS e a Dataprev para a execução dos serviços de modernização dos sistemas de informática utilizados pelo instituto. Vale ressaltar que, mesmo sem ter participação direta na contratação das empresas, o INSS está à disposição para auxiliar os órgãos de controle responsáveis na busca de novas alternativas capazes de acelerar o processo e reverter o tempo perdido. O fato de a Dataprev rodar seus programas de computador em ambiente de plataforma fechada com sistemas proprietários não é uma prerrogativa da empresa. A utilização e o desenvolvimento de programas, aplicativos e sistemas operacionais de código aberto na administração pública federal é uma iniciativa recente coordenada pelo Instituto Nacional de Tecnologia da Informação (ITI) e que conta com total apoio do INSS."
Carlos Bezerra, diretor-presidente do INSS (Brasília, DF)

PT
"Sou professora de história da rede pública do Rio e confesso que estou cansada e desiludida. Mas é salutar que estejamos fazendo autocrítica e mea-culpa. Todos nós, que, voluntariamente ou não, construímos o PT, temos nossa parcela de responsabilidade sim. Seguimos os cânones e a bíblia marxista, na qual se aprende que os trabalhadores braçais redimirão (?) os homens. Nesse contexto, um partido fundado e comandado por operários não tinha manchas nem pecado e não erraria. No Brasil, desqualificamos diariamente as "elites" como se fosse possível construir um país sem elas. Os intelectuais têm vergonha de pensar (fica mal num país com tantos analfabetos e ignorantes); a classe média (em extinção) sente culpa por não ter as mãos grossas e calejadas e por ter de trabalhar cada vez mais para pagar as contas. Nesse quadro, é compreensível que um homem de origem pobre, com um projeto utópico de sociedade, viesse a encarnar com perfeição o tal messias redentor. É preciso assumir que recebíamos as críticas ao PT e a Lula como atitudes preconceituosas contra o "povão". Não pudemos enxergar as contradições e os limites do partido e de seus dirigentes porque teríamos de admitir que o "povão" real não tem nada a ver com aquele que encontramos nos livros e nas teorias."
Helena Maria de Souza (Rio de Janeiro, RJ)

Energia
"No último domingo, 21/11, foi publicada a reportagem "Usina é acusada de provocar dano ambiental" (Cotidiano, pág. C5), inverídica sobre a nossa empresa. Foto que acompanhou a reportagem mostrava uma área degradada por carvão, e a legenda informava que os resíduos haviam sido gerados pela termelétrica Jorge Lacerda. Ocorre que a área em questão não pertence à Tractebel Energia, e os resíduos lá mostrados não são provenientes das usinas do Complexo Jorge Lacerda e nunca foram utilizados para a operação das usinas. Assim, o dano ambiental mostrado não é de responsabilidade de nossa empresa, o que se traduz em grave equívoco. Também o texto está errado quando qualifica o Complexo Termelétrico Jorge Lacerda como a maior empresa carbonífera de Santa Catarina. A Tractebel Energia não é empresa carbonífera, mas a maior geradora privada de energia elétrica do país, com um parque gerador composto de 13 usinas, entre hidrelétricas e termelétricas. Apesar do exposto, a Tractebel Energia reconhece que existe dano ambiental na região, decorrente principalmente de 50 anos de beneficiamento de carvão para a indústria siderúrgica nacional, questão não afeta a esta empresa. Entretanto, ao contrário do exposto na reportagem, a Tractebel Energia, desde 1998, quando adquiriu em leilão o controle acionário da Gerasul, empresa estatal criada a partir da cisão da Eletrosul, anteriormente responsável pelo Complexo Jorge Lacerda, tem investido na recuperação de áreas degradadas, inclusive de responsabilidade de outras empresas e sem relação com sua atividade de geração de energia, como as mostradas por esse jornal. Por essa atitude, o Complexo Termelétrico Jorge Lacerda recebeu, em 2002, o Fritz Müller, prêmio concedido pela Fundação do Meio Ambiente de Santa Catarina (Fatma) pela recuperação de áreas degradadas na região. Também corroboram nossa afirmação o fato de que nossa empresa vem atendendo criteriosamente a todas as exigências legais para a operação de suas unidades e de que o Complexo Jorge Lacerda está certificado nas normas ISO 9001 e ISO 14001, comprovando o cuidado operacional e ambiental nestas unidades."
Luciano Flávio Andriani, diretor administrativo e Manoel Arlindo Zaroni Torres, diretor-presidente da Tractebel Energia (Florianópolis, SC)

Resposta do jornalista José Maschio - A reportagem não informou que os resíduos estavam em terreno da Tractebel. A ação contra a empresa existe justamente porque os resíduos causam poluição em áreas vizinhas. A foto mostra áreas contaminadas que não pertencem à empresa, mas que foram afetadas pela contaminação dela, de acordo com o Ministério Público na ação. O promotor usa o fato de a Tractebel ter sido premiada, sem ter sido fiscalizada, como argumentação contra os órgãos ambientais que são réus na ação. Sobre a área de atuação da Tractebel, leia a seção "Erramos" abaixo.

Amazônia
"A floresta amazônica pouco a pouco vai nos deixando, conforme mostra o editorial "Risco amazônico" (Opinião, 25/11). Estamos acabando com a nossa maior preciosidade aos olhos dos nossos governantes, que pouco ou nada fizeram para protegê-la. E eu que pensei que com o governo Lula tudo iria mudar. Piorou."
Sandro César Gallinari (Praia Grande, SP)


Texto Anterior: Jorge Zaverucha: Semidemocracia
Próximo Texto: Erramos
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.