São Paulo, sexta-feira, 27 de fevereiro de 2004

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PRESOS EM CUBA

A Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) concedeu ao jornalista e poeta cubano Raúl Rivero o prêmio Guillermo Caño de Liberdade de Imprensa. Rivero é mais uma vítima da ditadura de Fidel Castro: foi condenado em abril de 2003 a 20 anos de prisão por sua oposição ao regime. Foi acusado de escrever artigos "subversivos" para a ONG francesa Repórteres sem Fronteiras. Caño, que dá nome ao prêmio, foi um renomado jornalista colombiano, assassinado em 1986.
A escolha da Unesco veio depois de um ano especialmente sombrio para os que lutam por liberdades na ilha de Fidel. Em 2003, o regime cubano fuzilou três cidadãos que seqüestraram uma balsa para tentar chegar à Flórida e prendeu e condenou, em farsas judiciais, dezenas de dissidentes. A escalada repressiva provocou reações em diversos países. Foi formalmente repudiada pelo Parlamento Europeu, que criticou as "contínuas e flagrantes violações dos direitos humanos, civis e políticos e das liberdades fundamentais de membros da oposição cubana e de jornalistas independentes". Até mesmo fiéis e históricos apoiadores da ditadura insular, como o escritor José Saramago e a cantora Mercedes Sosa, viram-se compelidos a romper com Fidel depois das execuções.
É grotesco que no Brasil o odioso regime cubano ainda seja tratado com complacência, de forma quase folclórica, encontrando respaldo não apenas entre supostos democratas, mas no próprio governo federal. De fato, o "companheiro" Fidel tem sido não apenas poupado, mas flagrantemente apoiado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e por seu combalido braço direito, José Dirceu, que morou em Cuba quando exilado do Brasil.


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