|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
LAÇOS REGIONAIS
O presidente Luiz Inácio Lula
da Silva obteve a adesão do Peru a um acordo de livre comércio
com o Mercosul. Trata-se de mais
um passo da atual administração federal na consecução de uma política
externa regional cujos contornos estão delineados: ampliar as alianças
entre países sul-americanos com vistas a obter melhores condições de
negociação em outras esferas. O projeto do governo brasileiro prevê não
apenas o estreitamento de laços comerciais e diplomáticos mas avanços
na integração física da região, com
obras de infra-estrutura.
Sintomaticamente, Lula aproveitou
a ocasião para endurecer o discurso
em relação à Alca, alertando que o
projeto não poderá sufocar o crescimento dos países envolvidos.
A opção brasileira é correta, ainda
que a maior união sul-americana não
vá alterar substancialmente, no curto
prazo, o peso internacional da região. Constatar as carências e fraquezas sul-americanas, no entanto, não
deve ser motivo para imobilismo
-uma das missões dos governos é
criar condições para que o futuro
possa ser melhor do que o presente.
A movimentação no Mercosul
ocorre paralelamente às negociações
em torno da Alca e da questão agrícola na Organização Mundial de Comércio. A cúpula da OMC em Cancún, no próximo mês, poderá ser decepcionante para o Brasil, já que o
documento a ser debatido na ocasião
preserva basicamente as tímidas propostas da União Européia e dos EUA
para a liberalização do comércio de
produtos agrícolas. Ainda que seja
assim, essas não são, como se sabe,
negociações que se concluam em
curto prazo. Cabe ao governo brasileiro continuar reunindo forças com
vistas a defender com maior solidez
os interesses do país e da região nos
principais fóruns internacionais.
Texto Anterior: Editoriais: DISPARATE FINANCEIRO Próximo Texto: Editoriais: EFEITOS DA "LEI SECA"
Índice
|