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São Paulo, quarta-feira, 27 de agosto de 2003

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LAÇOS REGIONAIS

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva obteve a adesão do Peru a um acordo de livre comércio com o Mercosul. Trata-se de mais um passo da atual administração federal na consecução de uma política externa regional cujos contornos estão delineados: ampliar as alianças entre países sul-americanos com vistas a obter melhores condições de negociação em outras esferas. O projeto do governo brasileiro prevê não apenas o estreitamento de laços comerciais e diplomáticos mas avanços na integração física da região, com obras de infra-estrutura.
Sintomaticamente, Lula aproveitou a ocasião para endurecer o discurso em relação à Alca, alertando que o projeto não poderá sufocar o crescimento dos países envolvidos.
A opção brasileira é correta, ainda que a maior união sul-americana não vá alterar substancialmente, no curto prazo, o peso internacional da região. Constatar as carências e fraquezas sul-americanas, no entanto, não deve ser motivo para imobilismo -uma das missões dos governos é criar condições para que o futuro possa ser melhor do que o presente.
A movimentação no Mercosul ocorre paralelamente às negociações em torno da Alca e da questão agrícola na Organização Mundial de Comércio. A cúpula da OMC em Cancún, no próximo mês, poderá ser decepcionante para o Brasil, já que o documento a ser debatido na ocasião preserva basicamente as tímidas propostas da União Européia e dos EUA para a liberalização do comércio de produtos agrícolas. Ainda que seja assim, essas não são, como se sabe, negociações que se concluam em curto prazo. Cabe ao governo brasileiro continuar reunindo forças com vistas a defender com maior solidez os interesses do país e da região nos principais fóruns internacionais.


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