UOL




São Paulo, quarta-feira, 27 de agosto de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

EFEITOS DA "LEI SECA"

A partir da constatação de que álcool, aglomerações e violência caminham juntos, alguns municípios da Grande São Paulo resolveram apostar na criação de limitações a bares como forma de controlar certos crimes. Já são 14 das 39 cidades da região metropolitana as que, com resultados contraditórios, impõem restrições de horário ao funcionamento de bares e assemelhados.
Apesar de ter surtido efeitos positivos em alguns municípios, a medida não é evidentemente uma panacéia para o problema da violência. As restrições, já apelidadas de "lei seca", conseguem reduzir o número de homicídios, agressões e acidentes de trânsito quando bem aplicadas.
O exemplo de maior sucesso é o de Diadema. A vigência da "lei seca", que completou um ano, fez com que a cidade, que ocupava o posto de mais violenta do país, caísse para a 13ª posição no ranking. Já Barueri, que impõe restrições desde 2001, registrou um crescimento de 45,6% no número de assassinatos no primeiro semestre de 2003.
Como não há estudos aprofundados a respeito das políticas de limitação, só se pode especular sobre as diferenças no desempenho. É provável que o modo de aplicar a legislação esteja relacionado com os efeitos colhidos. Em Diadema, a "lei seca" foi acompanhada por outras medidas sociais e policiais. Antes, também, de começar a fechar bares -boa parte deles clandestinos-, as autoridades locais procuraram legalizá-los.
A experiência, com seus sucessos e fracassos, deve ser acompanhada de perto. Quando se entender melhor o que leva alguns municípios a reduzir a violência e outros não, talvez seja possível aperfeiçoar o modelo e transpô-lo para regiões em que vidas são sacrificadas pela funesta confluência de pessoas, armas e álcool.


Texto Anterior: Editoriais: LAÇOS REGIONAIS
Próximo Texto: São Paulo - Clóvis Rossi: A primavera do PT
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.