São Paulo, sábado, 28 de agosto de 2010

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FERNANDO DE BARROS E SILVA

A batalha paulista

SÃO PAULO - Há, em São Paulo, uma discrepância muito grande entre o que se passa nas eleições para a Presidência e para o governo.
Com 20 pontos de vantagem sobre José Serra no país, Dilma Rousseff pela primeira vez ultrapassou o tucano entre os paulistas: tem 41%, contra 36% de Serra. Na casa do rival, a petista abriu cinco pontos de vantagem, conforme o Datafolha.
A mesma pesquisa, porém, revela que Geraldo Alckmin segue incólume aos ataques do PT, liderando a campanha ao Estado com 54%. Aloizio Mercadante subiu, sim. Mas de maneira pífia, de 16% para 20%. E pior: tirou votos de Celso Russomanno, seu aliado estratégico.
A distância entre Alckmin e Mercadante ainda é de 34 pontos. Aposta-se, neste momento, que o petista (como diria a campanha de Serra) ainda "pode mais". Até porque, no atual ambiente de euforia lulista, se Mercadante ficar abaixo dos 32% que obteve em 2006, quando disputou a mesma vaga, terá protagonizado um fiasco histórico.
O desempenho sofrível do senador hoje é um indicador de que a vida do PT em São Paulo é bem menos confortável do que andou sugerindo o clima dos últimos dias, como se bastasse Lula pisar no Estado para tudo se iluminar de vermelho.
Sob o prisma da corrida presidencial, isso significa que não seria absurdo se Serra nas próximas semanas vier a recuperar parte do terreno perdido para Dilma e, quem sabe, até a dianteira em São Paulo.
Tucanos avaliam que fragilidades e hesitações da campanha de Serra (como o fato de ter posado ao lado de Lula na TV) tiveram efeito particularmente negativo sobre o eleitorado paulista, mais alérgico a esse tipo de convívio promíscuo.
Mesmo que Serra faça a lição de casa, isso não deve bastar para afastar o amplo favoritismo de Dilma. Mas, com 37 dias de campanha pela frente, tucanos julgam possível resgatar os cinco pontos que hoje dão à petista a vitória no primeiro turno. E, contra Lula, apostam que santo de casa pode fazer milagre.


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