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FERNANDO DE BARROS E SILVA
A batalha paulista
SÃO PAULO - Há, em São Paulo,
uma discrepância muito grande entre o que se passa nas eleições para
a Presidência e para o governo.
Com 20 pontos de vantagem sobre José Serra no país, Dilma Rousseff pela primeira vez ultrapassou o
tucano entre os paulistas: tem 41%,
contra 36% de Serra. Na casa do rival, a petista abriu cinco pontos de
vantagem, conforme o Datafolha.
A mesma pesquisa, porém, revela que Geraldo Alckmin segue incólume aos ataques do PT, liderando
a campanha ao Estado com 54%.
Aloizio Mercadante subiu, sim. Mas
de maneira pífia, de 16% para 20%.
E pior: tirou votos de Celso Russomanno, seu aliado estratégico.
A distância entre Alckmin e Mercadante ainda é de 34 pontos.
Aposta-se, neste momento, que o
petista (como diria a campanha de
Serra) ainda "pode mais". Até porque, no atual ambiente de euforia
lulista, se Mercadante ficar abaixo
dos 32% que obteve em 2006, quando disputou a mesma vaga, terá
protagonizado um fiasco histórico.
O desempenho sofrível do senador hoje é um indicador de que a vida do PT em São Paulo é bem menos confortável do que andou sugerindo o clima dos últimos dias, como se bastasse Lula pisar no Estado
para tudo se iluminar de vermelho.
Sob o prisma da corrida presidencial, isso significa que não seria
absurdo se Serra nas próximas semanas vier a recuperar parte do terreno perdido para Dilma e, quem
sabe, até a dianteira em São Paulo.
Tucanos avaliam que fragilidades e hesitações da campanha de
Serra (como o fato de ter posado ao
lado de Lula na TV) tiveram efeito
particularmente negativo sobre o
eleitorado paulista, mais alérgico a
esse tipo de convívio promíscuo.
Mesmo que Serra faça a lição de
casa, isso não deve bastar para
afastar o amplo favoritismo de Dilma. Mas, com 37 dias de campanha
pela frente, tucanos julgam possível resgatar os cinco pontos que hoje dão à petista a vitória no primeiro
turno. E, contra Lula, apostam que
santo de casa pode fazer milagre.
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