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BENEFÍCIO À INFORMAÇÃO
Na reta final de uma campanha para a Presidência, o ambiente se torna naturalmente tomado pela paixão partidária. Com os ânimos exaltados, são comuns episódios em que a isenção dos veículos
de comunicação é questionada por
representantes de partidos, campanhas, ou até por cidadãos mais engajados na disputa pelo poder. Pesquisa sobre o assunto, realizada pelo
Datafolha e divulgada na edição de
ontem, mostra que há simetria entre
o curso dos acontecimentos na atual
disputa eleitoral e o perfil do noticiário deste jornal.
Na fase inicial da propaganda eleitoral gratuita no rádio e na TV, José
Serra e Ciro Gomes se envolveram
numa batalha de ataques e contra-ataques em busca da vice-liderança,
enquanto Luiz Inácio Lula da Silva se
manteve estrategicamente distante
dessa disputa e aferrado à versão de
uma candidatura "paz e amor".
Nesse contexto, não surpreende
que Ciro Gomes e José Serra tenham
produzido mais notícias "negativas"
um em relação ao outro e que Lula,
poupado da artilharia, tenha obtido
um menor número de notícias consideradas "negativas" e um maior de
"positivas". Essa tendência se modificou um pouco na segunda fase da
campanha, quando surgiu a perspectiva da vitória do petista no primeiro turno, o que aguçou o questionamento à candidatura de Lula.
O Datafolha também inquiriu o leitorado deste jornal sobre o comportamento do veículo ao longo da campanha. Para 75% dos leitores a Folha
não está favorecendo nenhum candidato; para 83%, o jornal não está prejudicando ninguém. O resultado se
torna ainda mais expressivo num
ambiente de forte polarização entre
nossos leitores, no que diz respeito a
intenção de voto, entre Lula e Serra.
As pesquisas mostram que os princípios que norteiam o compromisso
desta Folha com o seu leitor, de fazer
um jornalismo crítico, pluralista e
apartidário, têm sido satisfatoriamente implementados ao longo desta campanha presidencial.
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