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GRAVIDEZ PRECOCE
O início precoce da vida sexual
entre os adolescentes brasileiros está sendo acompanhado por
um crescimento do número de casos
de gravidez na adolescência em todas as classes sociais. É isso que
mostra pesquisa realizada pelo Instituto de Medicina Social da Uerj (Universidade Estadual do Rio de Janeiro). Sobretudo em tempos de Aids,
um resultado como esse é preocupante, pois demonstra que os jovens
brasileiros ainda não incorporaram
os imperativos do sexo seguro às
suas práticas.
Além disso, o estudo traz uma novidade inquietante. De acordo com
os dados apresentados no 14º Encontro Nacional da Associação Brasileira
de Estudos Populacionais (Abep), o
crescimento do fenômeno foi mais
intenso justamente entre as jovens de
famílias de maior renda e melhor nível de escolaridade. Comparando dados do Censo do IBGE de 2000 e de
1991, os pesquisadores concluíram
que nesse segmento, na cidade de
São Paulo, a taxa que mede a gravidez de adolescentes (entre 15 e 19
anos) teve um aumento de 48%.
Seria, sem dúvida, exagerado afirmar que essas cifras são suficientes
para contestar a opinião de que educação e renda são fatores decisivos
na prevenção de casos de gravidez indesejada. No entanto o estudo chama a atenção para o fato de que, por
mais que se tenham feito esforços
para proporcionar educação e informação adequadas à nova realidade,
ainda há muito por fazer.
Diante da tendência -ao que tudo
indica irrefreável- de meninos e
meninas iniciarem a sua vida sexual
cada vez mais cedo, é fundamental
capacitá-los a exercer a sua sexualidade de maneira responsável. Aulas
de educação sexual são por certo
uma necessidade, mas não bastam.
É preciso estimular o diálogo com os
jovens de modo que eles possam discutir não apenas temas como a fecundação, mas também as suas relações afetivas.
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