|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
SEGURANÇA INTERNA
Depois de meses de negociações, o presidente George W.
Bush conseguiu a aprovação do Congresso para criar o Departamento de
Segurança Interna (DSI), um megaministério que congregará 22 agências já existentes, 170 mil trabalhadores e orçamentos que somam US$ 40
bilhões. A missão do novo departamento é combater o terrorismo.
A criação do DSI é a maior reorganização de estruturas federais dos
EUA desde o nascimento do Departamento de Defesa, em 1947.
A idéia do DSI surgiu e ganhou corpo em junho, quando a Casa Branca
enfrentava dificuldades para explicar
o fracasso em prevenir os ataques de
11 de setembro, apesar de diversas
agências terem captado vários indícios de que algo grande e importante
estava para acontecer. É claro que,
depois dos atentados, fica fácil encaixar as peças. Antes, as informações
disponíveis soavam fragmentadas e
pouco confiáveis, e pareciam não fazer muito sentido.
Apesar de a criação do DSI seguir
uma lógica e contar com o decidido
apoio dos norte-americanos, há dúvidas quanto à sua eficácia. É possível que o próprio gigantismo da nova
agência lhe crie dificuldades. Vai ser
preciso modificar a cultura e a lealdade de milhares de funcionários. Calcula-se que levará anos antes que o
novo departamento esteja funcionando plenamente.
De mais a mais, a CIA (a central de
inteligência) e o FBI (a polícia federal), duas das principais agências de
combate ao terrorismo dos EUA, vão
permanecer independentes e não farão parte do organograma do novo
departamento. Uma das falhas
apontadas em junho foi justamente a
de a CIA e o FBI não compartilharem
informações de forma eficiente.
Iniciativas no sentido de integrar e
dar consistência ao trabalho das várias agências de segurança dos EUA
parecem oportunas. Mas não se deve
desprezar o risco de que a maior integração seja na verdade um pretexto
para mais controles policiais sobre
cidadãos e estrangeiros.
Texto Anterior: Editoriais: IMPASSE NO TRANSPORTE Próximo Texto: São Paulo - Clóvis Rossi: Lula, EUA e sonhos Índice
|