|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
RITMO ALUCINANTE
Os atentados suicidas contra
Israel já se repetem no alucinante ritmo de uma ou duas grandes
ações por semana. Quando saem às
ruas, os israelenses já não sabem se
conseguirão voltar para suas casas. É
difícil viver sob tanta e tão contínua
tensão, situação à qual, aliás, os brasileiros, especialmente os que vivem
nas grandes cidades, estão sendo
agora submetidos.
A menos que se imagine que os palestinos são todos fanáticos que não
dão valor a suas próprias vidas, fica
evidente que existe um grave problema na região, ou os grupos radicais
não teriam tanta facilidade para arregimentar candidatos a mártir. Apenas uma população mergulhada em
profundo e antigo desespero poderia
fornecer tantos jovens dispostos a sacrificar a si mesmos para atingir um
punhado de inimigos.
E, por mais que Israel reforce o policiamento, cace os líderes dos grupos extremistas e isole o presidente
da Autoridade Nacional Palestina,
Iasser Arafat, nunca terá plena segurança. Sempre haverá a possibilidade
de um terrorista ludibriar os policiais. A única maneira de resolver esse problema é dar uma solução política ao conflito israelo-palestino.
Não é ocioso recordar que, enquanto
caminhavam bem as conversações
de paz, o terrorismo palestino deixou
de ser um problema grave em cidades como Tel Aviv ou Jerusalém.
Gostem ou não os israelenses, se
quiserem frequentar suas ruas com
um mínimo de sossego, terão de voltar a negociar com os palestinos. Os
dois lados já estiveram perto o suficiente de um acordo de paz para provar que é factível acabar definitivamente com as hostilidades.
Atitudes como a do atual primeiro-ministro de Israel, Ariel Sharon, de
humilhar Arafat e apostar numa solução militar apenas prolongam o
conflito e acirram os ânimos dos palestinos, permitindo prever uma escalada da atividade terrorista.
Os palestinos precisam conquistar
seu Estado para recuperar a esperança, o direito de sonhar. Só assim os
israelenses poderão usufruir da paz
com que também sonham.
Texto Anterior: Editoriais: ARGENTINA NA ESPERA Próximo Texto: Editoriais: ESCOLAS SEM REDE Índice
|