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GUERRA ENTRE MONTADORAS
Em poucas semanas produziu-se,
em escala internacional, uma das
mais intensas ondas de reestruturação no setor automobilístico.
As alianças, fusões e aquisições têm
na Ásia um de seus focos. Passado o
pior da crise asiática, num momento
em que os grandes conglomerados
coreanos e japoneses ainda se esforçam para reestruturar dívidas bilionárias, surgem boas oportunidades
para investimentos, feitos tanto por
montadoras ocidentais quanto por
concorrentes locais.
Alemães e norte-americanos dominam o processo, que conduz a uma
reconcentração da industria automobilística mundial.
No entanto, as dívidas das empresas fragilizadas pela crise servem
também como uma espécie de defesa. Aos compradores interessa sobretudo ter acesso a mercados e compartilhar tecnologias.
O resultado, nada trivial, é que a base tecnológica e o tamanho dos mercados na Ásia atraem investimentos,
mas sem uma total desnacionalização. As montadoras ocidentais penetram na região, mas os asiáticos também buscam reagir e ganhar posições tanto nos mercados asiáticos
quanto nos países industrializados.
Não é difícil notar as diferenças entre essa forma de reestruturação e a
que tem ocorrido na América Latina,
em especial no Brasil. A região não
prima pelo desenvolvimento de competências tecnológicas. Montadores
e fabricantes de autopeças locais foram ou desnacionalizados ou eliminados. O mercado aqui encolheu e é
marginal na reestruturação global.
Surge um novo modelo no setor automobilístico global, marcado por
redes de alianças, valorização de
marcas e redução no número de empresas líderes, mais que pela multiplicação de plantas produtivas. É um
bom momento para os governos federal e estaduais repensarem estratégias custosas de apoio a montadoras.
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