São Paulo, quarta-feira, 29 de março de 2000


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GUERRA ENTRE MONTADORAS

Em poucas semanas produziu-se, em escala internacional, uma das mais intensas ondas de reestruturação no setor automobilístico.
As alianças, fusões e aquisições têm na Ásia um de seus focos. Passado o pior da crise asiática, num momento em que os grandes conglomerados coreanos e japoneses ainda se esforçam para reestruturar dívidas bilionárias, surgem boas oportunidades para investimentos, feitos tanto por montadoras ocidentais quanto por concorrentes locais.
Alemães e norte-americanos dominam o processo, que conduz a uma reconcentração da industria automobilística mundial.
No entanto, as dívidas das empresas fragilizadas pela crise servem também como uma espécie de defesa. Aos compradores interessa sobretudo ter acesso a mercados e compartilhar tecnologias.
O resultado, nada trivial, é que a base tecnológica e o tamanho dos mercados na Ásia atraem investimentos, mas sem uma total desnacionalização. As montadoras ocidentais penetram na região, mas os asiáticos também buscam reagir e ganhar posições tanto nos mercados asiáticos quanto nos países industrializados.
Não é difícil notar as diferenças entre essa forma de reestruturação e a que tem ocorrido na América Latina, em especial no Brasil. A região não prima pelo desenvolvimento de competências tecnológicas. Montadores e fabricantes de autopeças locais foram ou desnacionalizados ou eliminados. O mercado aqui encolheu e é marginal na reestruturação global.
Surge um novo modelo no setor automobilístico global, marcado por redes de alianças, valorização de marcas e redução no número de empresas líderes, mais que pela multiplicação de plantas produtivas. É um bom momento para os governos federal e estaduais repensarem estratégias custosas de apoio a montadoras.


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