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MUDANÇAS NO INCRA
É interessante o projeto de reestruturação do Incra (Instituto Nacional
de Colonização e Reforma Agrária)
proposto pelo ministro do Desenvolvimento Agrário, Raul Jungmann.
Ele já exonerou os 29 superintendentes do órgão e pretende substituí-los
por profissionais recrutados por
meio de contrato de gestão.
Entre uma concepção moderna de
organograma e uma administração
que apresente resultados, há uma
grande diferença. É preciso checar se
o plano vai funcionar a partir da premissa de "um Estado público a serviço da maioria, eficiente, ágil e transparente", como quer o ministro.
A seleção dos novos superintendentes, a cargo de uma comissão formada por um representante do Ministério do Desenvolvimento Agrário, um da Secretaria da Reforma
Agrária e três do Incra, está aberta a
profissionais com experiência em desenvolvimento agrário e atividades
gerenciais. Metas e compromissos
do contrato de gestão serão publicados no "Diário Oficial". Os diretores
serão avaliados trimestralmente e terão mandato, renovável, de dois
anos. O salário vai variar em razão
das dificuldades de cada área.
Outro aspecto positivo da reforma
é, espera-se, a diminuição do grau de
interferência política nas nomeações.
Pela mesa de um superintendente do
Incra passam muitos processos que
envolvem um volume considerável de
recursos públicos, seja por meio de
desapropriações seja pela concessão
de lotes da reforma agrária ou de créditos. O espaço para a corrupção e
seu histórico na área são grandes.
A idéia do contrato de gestão na administração pública é nova. Em tese,
pode tornar o Estado mais ágil e profissional. Deve-se acompanhar a experiência do Incra com atenção para
que ela não se revele só mais um
enunciado de boas intenções.
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