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EDITORIAIS
EUROPA LATINA
A União Européia celebra nos
próximos dias 17 e 18 de maio a
2ª cúpula de chefes de Estado da UE
e da América Latina e do Caribe. Como passo preliminar nessa aproximação, as duas regiões lançaram no
sábado o programa Aliança para a
Sociedade da Informação (Alis), voltado para o fomento de projetos de
aplicação avançada de tecnologias de
informação e comunicação.
A diplomacia brasileira, assim, dá
passos na sua estratégia de tornar-se
um "global trader" (ator cujo comércio exterior é o mais diversificado
possível), investindo recursos e delineando estratégias de aproximação
com a União Européia. Dada a voracidade com que os Estados Unidos
sob Bush têm buscado alcançar seus
objetivos -seja no comércio, seja na
geopolítica-, a multiplicação de
parceiros é uma estratégia óbvia para
países como o Brasil.
A participação brasileira num programa como o Alis - setor em que
predominam os produtos americanos e as políticas de Washington- é
importante para o aprofundamento
dessa estratégia.
Ademais, estão em jogo questões
cruciais em termos de tecnologia.
Entre elas, destaca-se a escolha, pelo
governo brasileiro, do padrão para a
futura televisão digital interativa, terreno de acirrada disputa entre os modelos japonês, europeu e norte-americano. Os europeus fizeram uma
aposta tecnológica crucial. Para eles,
o futuro das tecnologias de informação e comunicação será dominado
não pelos computadores, mas por
televisores digitais e dispositivos móveis interativos, como o telefone celular de terceira geração.
Ao anunciar um programa de cooperação nessa área, os europeus certamente buscam ampliar as fronteiras econômicas de seu próprio modelo tecnológico e de negócios. Cabe
aos latino-americanos fazer o melhor uso estratégico possível da competição entre as grandes potências
industriais e financeiras.
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