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São Paulo, terça-feira, 29 de julho de 2003

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PROMOVER INVESTIMENTOS

O investimento estrangeiro direto no Brasil tem declinado fortemente em relação ao ano passado. Deverá atingir US$ 7 bilhões em 2003, contra US$ 16 bilhões em 2002. A principal causa da queda é o arrefecimento na atividade econômica internacional e doméstica.
A taxa de investimento do país caiu de 20,7% do Produto Interno Bruto em 1994 para 18,7% em 2002. A política monetária restritiva, necessária, no início do governo, para controle da inflação, deveria ter sido acompanhada por um programa mais agressivo de aumento do crédito em favor dos investimentos e por estímulos tributários para o setor exportador.
A capacidade instalada em siderurgia, petroquímica, alumínio, papel e celulose, entre outros insumos, praticamente não se expandiu nos últimos anos. Esses setores não vão suportar um aumento simultâneo das exportações e da demanda interna sem novos investimentos.
Para que a expansão ocorra, será indispensável a importação de bens de capital. No Brasil, esse setor não está em condições de satisfazer a procura: não apenas sofreu um relativo atraso tecnológico como encolheu em muitos subsetores.
Quanto às áreas de concessões públicas, como telefonia e energia, o governo vem trabalhando em mudanças nas regras atuais. Há, de fato, a necessidade de aperfeiçoá-las, o que levará tempo e deverá provocar retração dos potenciais investidores até que os novos marcos regulatórios pareçam claros e estáveis.
Nesse cenário, a expansão dos financiamentos por parte de instituições públicas poderia auxiliar a retomada do crescimento. O BNDES apresentou uma proposta de investimentos de R$ 400 bilhões até 2008. O projeto, no entanto, ainda está envolto em polêmicas. Enquanto não sai do papel, a realidade vai fazendo o país caminhar para trás. Basta dizer que os desembolsos do banco de fomento nos cinco primeiros meses do ano declinaram 19% em relação ao mesmo período de 2002.


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