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SÓ NA PROMESSA
Um balanço dos principais
programas lançados pelo governo Luiz Inácio Lula da Silva neste
primeiro ano de mandato revela que
as promessas foram muitas e as realizações parcas. Anunciados em ritmo intenso, como a atender à necessidade de criar factóides políticos e
produzir a impressão de que medidas estavam sendo tomadas para
contrastar as consequências deletérias do ajuste econômico, esses programas de um modo geral ou não
saíram do discurso ou ficaram
aquém do que foi prometido.
Dois fatores parecem se entrelaçar
para explicar o fiasco. O primeiro deles é a falta de recursos, em parte explicável pela necessidade de cumprir
as metas de superávit das contas públicas. O segundo é a evidente desarticulação e ineficiência operacional
de grande parte dos ministérios. A
decisão de criar novas secretarias especiais com status ministerial até
aqui se mostrou equivocada. Surgiram novos cargos, novas estruturas,
novas viagens, novas cerimônias,
mas nada de novo foi produzido.
O Planalto tem pedido tempo para
que alguns ministérios mostrem resultados, tendo chegado a esgrimir,
em sua defesa, o argumento pouco
convincente de que as dimensões do
país e de seus problemas justificariam a criação das novas pastas.
Há setores do próprio governo que
discordam dessa avaliação, acreditando que a reforma deveria enxugar
a atual estrutura. De fato, o acerto de
contas com o PMDB, principal motivo das mudanças que deverão ser
anunciadas em breve, seria uma
oportunidade para promover uma
reformulação mais profunda do ministério. Infelizmente, não parece ser
essa a inclinação do presidente. Correrá com isso o risco de apenas prolongar uma situação que a muitos já
parece insustentável.
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