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São Paulo, segunda-feira, 29 de dezembro de 2003

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SÓ NA PROMESSA

Um balanço dos principais programas lançados pelo governo Luiz Inácio Lula da Silva neste primeiro ano de mandato revela que as promessas foram muitas e as realizações parcas. Anunciados em ritmo intenso, como a atender à necessidade de criar factóides políticos e produzir a impressão de que medidas estavam sendo tomadas para contrastar as consequências deletérias do ajuste econômico, esses programas de um modo geral ou não saíram do discurso ou ficaram aquém do que foi prometido.
Dois fatores parecem se entrelaçar para explicar o fiasco. O primeiro deles é a falta de recursos, em parte explicável pela necessidade de cumprir as metas de superávit das contas públicas. O segundo é a evidente desarticulação e ineficiência operacional de grande parte dos ministérios. A decisão de criar novas secretarias especiais com status ministerial até aqui se mostrou equivocada. Surgiram novos cargos, novas estruturas, novas viagens, novas cerimônias, mas nada de novo foi produzido.
O Planalto tem pedido tempo para que alguns ministérios mostrem resultados, tendo chegado a esgrimir, em sua defesa, o argumento pouco convincente de que as dimensões do país e de seus problemas justificariam a criação das novas pastas.
Há setores do próprio governo que discordam dessa avaliação, acreditando que a reforma deveria enxugar a atual estrutura. De fato, o acerto de contas com o PMDB, principal motivo das mudanças que deverão ser anunciadas em breve, seria uma oportunidade para promover uma reformulação mais profunda do ministério. Infelizmente, não parece ser essa a inclinação do presidente. Correrá com isso o risco de apenas prolongar uma situação que a muitos já parece insustentável.



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