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São Paulo, sábado, 30 de agosto de 2003

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FERNANDO RODRIGUES

Ministros à deriva

BRASÍLIA - Há três grupos de ministros que podem entrar na dança das cadeiras preparada por Lula para breve: a) os encrencados; b) os políticos e c) os incompetentes.
No primeiro grupo encabeça a lista o titular dos Transportes, Anderson Adauto. Indicado pelo PL e bancado pelo vice-presidente da República, José Alencar, esse ministro tem sido alvo de acusações recorrentes. Nenhum dos ataques até agora colou.
O Planalto avalia que as acusações sofridas por Adauto têm sido plantadas por deputados e senadores que cobiçam a cadeira do ministro. Se ele perder o cargo, será mais por uma imagem de inoperância do que por suspeitas de corrupção. Pelo menos, é essa a percepção no governo.
Ainda assim, a pasta dos Transportes é dada como da "cota do vice-presidente". É improvável que a cadeira de Adauto venha a ser colocada na barganha de cargos.
Os locais à disposição para acomodar gente de partidos neolulistas -PMDB, PTB e até o malufista PP- são aqueles ocupados por políticos. As jóias da coroa são Integração Nacional, Comunicações e Cidades. Ali podem ser alojados os novos ministros depois que as reformas constitucionais tiverem terminado seu ciclo na Câmara.
Sobre os despejados, há uma certeza: Lula só remove Ciro Gomes (Integração Nacional) se tiver como colocá-lo em um lugar de maior destaque. Eis aí algo líquido e certo.
Por fim há o grupo de ministros dados como incompetentes ou, para usar um eufemismo, pouco eficazes. Dois deles, Humberto Costa (Saúde) e Cristovam Buarque (Educação), podem até ser trocados. Mas os cargos seriam ocupados por gente muito parecida. Para o bem ou para mal, são áreas que Lula só entregará nas mãos de petistas. Costa e Buarque correm o risco de ficar onde estão mais por falta de substitutos do que por estarem agradando.
Tudo acertado, Lula deve acionar o botão da reforma até outubro.


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