São Paulo, quarta-feira, 30 de outubro de 2002

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PAINEL DO LEITOR

Fome e miséria
"Nossos parabéns ao senhor presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, pelo seu pronunciamento em que disse que vai priorizar, em seu governo, o combate à fome e à miséria. Ambos são graves problemas nacionais que envergonham a todos nós.
Parabéns, senhor presidente eleito!"
Mário Negreiros dos Anjos, professor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal Fluminense (Niterói, RJ)


País mais sério
"Concordo com inúmeras críticas em relação à administração do atual governo. Mas penso que não podemos deixar de reconhecer a atitude inédita na história política do Brasil ao ver a gestão atual se preocupar em passar ao futuro dirigente da nação todas as informações necessárias e as pendências que terá de assumir.
Isso nos mostra que realmente estamos caminhando juntos para um país mais sério, caminho que mostra que o importante é o futuro da nação."
Cláudio Faria Leite (Divinópolis, MG)


História do PT
"Cumprimento a Folha pela fidelidade com que reproduziu as informações que prestei durante a entrevista sobre a minha participação na fundação do PT, publicada em 27/10 no caderno Eleições 2002 ("Pré-históricos do PT caem no limbo').
A reportagem detalha os fatos que levaram históricos companheiros à fundação da sigla que materializa, neste momento, a grande esperança do povo brasileiro. Permito-me, entretanto, corrigir a informação sobre o meu afastamento do Partido dos Trabalhadores, que ocorreu em março de 1991.
É importante esclarecer que não fui expulso do partido, conforme consta na reportagem. Eu próprio concluí pela necessidade de me desfiliar quando se acirraram as divergências políticas com alas do partido em Campinas. Divergências cujas razões, aliás, estão totalmente superadas, já que o amadurecimento e o pragmatismo demonstrados pelo PT vão exatamente ao encontro das idéias defendidas por mim durante o conflito que ocasionou a nossa ruptura. Peço, portanto, a gentileza de ser publicado esse esclarecimento e aproveito a oportunidade para declarar minha imensa satisfação e orgulho pela eleição do companheiro Lula."
Jacó Bittar, ex-prefeito de Campinas (SP) e atual membro da Executiva Estadual do PSB (São Paulo, SP)

Nota da Redação - Leia a seção "Erramos".


Instituto Lina Bo e P.M. Bardi
"Ficamos desagradavelmente surpresos com o conteúdo da nota "Casa de vidro", publicada na coluna de Mônica Bergamo em 23/10 (Ilustrada, pág. E2).
O instituto não está em crise, como foi notificado. O único episódio desagradável foi o que ocasionou a demissão do sr. Marcelo Carvalho Ferraz, então diretor-executivo e também membro do Conselho, após a realização de duas auditorias internas.
Além de impedir futuras ações comprometedoras ao projeto original do instituto, fundado por Lina e Pietro Maria Bardi, foi elaborado um novo estatuto pelo escritório Pinheiro Neto Advogados para regular as falhas do estatuto vigente, permitindo que o instituto possa beneficiar-se de isenções fiscais, uma vez que é uma sociedade civil sem fins lucrativos. Proporcionará também a possibilidade de contar com uma estrutura estatutária mais ágil e moderna, essencial para assegurar o cumprimento dos objetivos do instituto e o seu futuro.
A última minuta do novo estatuto, enviada em 2/9 a cada um dos membros do Conselho, prevê de fato um mandato de dois anos para cada conselheiro -mandato este que poderá ser renovado até duas vezes consecutivas, ou seja, poderá somar um mandato de seis anos.
O novo estatuto está ainda sendo discutido de forma aberta e só será aprovado com o acordo da maioria dos membros do Conselho. O sr. Renato Requixa aprovou a última versão do estatuto e, entendendo a necessidade de renovação do Instituto, solicitou o seu desligamento do Conselho Curador. O sr. Emanoel Araújo solicitou também o seu desligamento por razões médicas. O sr. André Vainer e o sr. Renato Magalhães Gouvêa pediram demissão por discordarem do novo estatuto.
Porém não esclareceram a natureza de suas discordâncias nem se dispuseram a discutir o novo estatuto.
A sra. Graziella Bo Valentinetti, irmã de Lina Bo Bardi e atual presidente do Instituto, não recebe exatamente uma pensão de US$ 12 mil por mês. Trata-se de um encargo, a título de herança, deixado a ela por vontade do professor Bardi, uma vez que todo o seu patrimônio foi doado para o Instituto. Esse encargo consta da ata de doação da Casa de Vidro ao Instituto, em 1995."
Graziella Bo Valentinetti, presidente, e Mino Carta, vice-presidente do Instituto Lina Bo e P.M. Bardi (São Paulo, SP)


Inflação
"Em relação à carta do sr. Eduardo José Daros ("Painel do Leitor", 28/ 10), gostaria de dizer que é muito interessante a compilação de dados favoráveis. Se não, vejamos: o índice atual de inflação (5,5 %) não é reflexo da elevação do juro de 18% para 21%, já que o que a Fipe faz é uma projeção, e a compilação anterior não pode refletir uma ação futura.
Ademais, o índice da Fipe não atende ao "zé-povinho", que gasta muito mais com comida, vestuário, educação, energia, transporte -e a inflação desses itens anda muito acima de 10%, conforme reportagem recente da própria Folha.
A inflação oficial e a inflação oficiosa divergem brutalmente. E, enquanto aquela livra a cara do governo, a última limpa o bolso do "zé-povinho"."
Nivaldo Alves Soares, professor do Centro de Ciências Exatas e Naturais da Universidade Federal de Alagoas (Maceió, AL)


Fome
"O artigo de Demétrio Magnoli ("A miséria da política", "Tendências/Debates", pág. A3, 29/10) tem como mote a palavra fome. Afirma que a fome foi banida do mundo pelo avanço técnico e pela modernização das economias e que no Brasil não há fome, só há subalimentação.
Utiliza a retórica e a controvérsia científica utilizada para o debate no livro citado de Yves Lacoste.
Mas é preciso compreender que, no Brasil, há tanto a fome que mutila e mata o corpo como a que mutila e mata a capacidade de pensar, chamada de subalimentação.
O Programa Fome Zero quer acabar com a fome que mutila o corpo e mutila o pensamento, não importa o seu nome.
Talvez seja parte da retórica científica começar pela tentativa de desqualificar o programa pelo nome e depois afirmar que não há fome no Brasil -sem dar nenhum dado "científico".
Poderia o autor ter contribuído com a proposta -evitar atravessadores-, que é muito importante. Preferiu criticar a propor.
Fim da fome!, seja lá qual for o seu nome científico correto."
Arlete Moysés Rodrigues, professora livre-docente em Geografia da Unicamp (Campinas, SP)


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