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BARREIRA SANITÁRIA
A identificação nos EUA da
encefalite espongiforme bovina (EEB), nome técnico do mal da
vaca louca, tem tido, como não poderia deixar de ser, importante repercussão no Brasil, maior exportador
mundial de carne bovina. Especula-se se as vendas brasileiras -entre
elas as de frango e suínos- poderiam beneficiar-se do drama norte-americano ao mesmo tempo em que
se constata a existência de questões
de ordem sanitária que precisam ser
enfrentadas pelo país.
Como se sabe, as chamadas barreiras fitossanitárias, que muitos governos impõem a importações de carne
e outros produtos, são prática comum no comércio internacional. A
título de proteger a saúde, o que essas restrições muitas vezes protegem
são mercados. Cabe aos países que
se julgam prejudicados, como o Brasil, procurar provar nos fóruns adequados que tais medidas podem não
passar de artifícios protecionistas.
Isso não significa que os problemas
que esbarram nessas salvaguardas
não devam ser enfrentados.
No caso de bovinos, a principal dificuldade brasileira é a febre aftosa,
que ataca o gado, mas muito raramente atinge humanos. Diversos
países vetam a carne brasileira devido a casos verificados no passado e
ao fato de o rebanho precisar, por isso mesmo, ser vacinado.
Segundo o ministro da Agricultura,
Roberto Rodrigues, a defesa sanitária entre nós é precária e o caso dos
EUA deve servir como "grave alerta".
O Brasil estaria atendendo "no limite" algumas exigências. Na hipótese
de maior rigor em barreiras não-tarifárias, Rodrigues diz que a produção
brasileira teria de "correr atrás".
É possível que o ministro tenha
usado a ocasião para pressionar por
verbas -o que em tese não invalida
seu parecer sobre a gravidade da situação. Como o mal da vaca louca
volta a evidenciar, cuidados sanitários devem ser levados a sério, sob
risco de prejuízos para o país.
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