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EDITORIAIS
DESACELERAÇÃO NOS EUA
As políticas expansionistas
implementadas pelo governo
norte-americano com o objetivo de
retirar a economia da recessão ocorrida durante o ano de 2001 cumpriram plenamente seus objetivos. O
PIB dos EUA cresceu 4,4% em 2004,
segundo o Departamento de Comércio, sob a liderança do investimento
e do consumo privados.
A taxa de juros básica foi reduzida
de 6,5% ao ano no início de janeiro
de 2001 para 1% ao ano em junho de
2003, permanecendo nesse patamar
por 12 meses. O superávit fiscal de
US$ 159 bilhões em 2000 foi transformado em um déficit de US$ 523,7
bilhões em 2004. Os sinais de recuperação associados às ameaças de
pressões inflacionárias levaram o Federal Reserve (o BC norte-americano) a reduzir gradualmente o estímulo monetário, a partir de junho de
2004. Desde então, a taxa de juros básica subiu um ponto percentual.
Agora, o ritmo de crescimento parece em pequena desaceleração. O
PIB caiu de 4% no terceiro trimestre
para 3,1% no quarto trimestre, a despeito de uma aceleração no investimento privado doméstico. Registrou-se também queda de 3,9% nas
exportações e um aumento de 9,1%
nas importações de bens, mesmo
com a desvalorização do dólar.
Quanto à taxa de inflação, subiu,
mas sem indicar processos generalizados de aumentos de preços.
Assim, o comportamento da economia e da inflação norte-americanas vai se mostrando por ora benéfico para os mercados emergentes, como o Brasil. Os dados sancionam a
hipótese de que os movimentos na
taxa de juros básica devem continuar
sendo graduais, com elevações de
0,25 ponto percentual em cada reunião. Isso significa que os títulos do
Tesouro americano devem permanecer pouco atrativos por mais algum
tempo, favorecendo os papéis de países emergentes. A incógnita é como
se dará o processo de redução do déficit público norte-americano -algo
que pode gerar turbulências financeiras e cambiais.
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