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O BRASIL NA COPA
O fato de a seleção brasileira
de futebol ter partido um tanto
desprestigiada para a disputa da Copa do Mundo não permite selar destino ruim para o seu desempenho na
competição. Iniciar um Mundial sem
contar com a empolgação do torcedor brasileiro foi a regra nos 16 certames de que o Brasil participou. Dois
exemplos recentes: o time de 1990
saiu desacreditado e confirmou as
expectativas, tendo sido eliminado
nas oitavas-de-final; já o de 1994,
apesar de não ter empolgado na saída, sagrou-se campeão.
A desorganização, que nasce nos
clubes e se cristaliza na Confederação Brasileira de Futebol, mais uma
vez é uma das heranças negativas
que o time brasileiro terá que superar
em campo. Nas eliminatórias do ano
passado, a seleção, apresentando
um futebol fraco, sofreu nada menos
do que seis derrotas -quatro delas
para tradicionais "fregueses" do Brasil. Ao longo das eliminatórias, a seleção trocou de técnico duas vezes.
O passivo extracampo também pesa. Há um processo de questionamento da estrutura dirigente de clubes e federações. Duas CPIs foram
instaladas no Congresso sobre o tema, o Executivo federal propôs um
projeto de lei que supostamente
"moraliza" o esporte, levantaram-se
suspeitas de ligação de dirigentes do
futebol com sonegação fiscal, evasão
de divisas, lavagem de dinheiro etc.
Mas é evidente que o Brasil ainda
tem talentos individuais e tradição
capazes de fazer toda a diferença no
Mundial que está começando. Com
um mínimo de entrosamento e correção das falhas defensivas, o potencial técnico de jogadores como Ronaldo, Rivaldo, Ronaldinho e Roberto Carlos poderá suprir as carências
coletivas do selecionado nacional.
Enfrentando times com pouca tradição na primeira fase, a seleção terá,
em tese, um período para aperfeiçoar
em campo o seu esquema de jogo.
Isso será fundamental. Não será improvável que, para chegar à final, o
Brasil tenha de derrotar França e Argentina, duas das mais poderosas seleções do momento. Não será fácil.
Tampouco impossível.
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