São Paulo, sexta-feira, 01 de outubro de 2010

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NELSON DE SÁ - nelsonsa@uol.com.br

O último presente

Com chamada de capa, a "Economist" publica o editorial "The handover", algo como a passagem do bastão, conclamando Lula a "let her go", deixar que ela se vá. A revista aposta que Dilma vence, se não no primeiro, no segundo turno. Elogia fartamente os oito anos de Lula, mas alerta que "ainda há grandes riscos à frente" e não é certeza que Dilma terá "a força ou o desejo para enfrentá-los", embora tenha se mostrado "administradora capaz e vigorosa".
Argumentando que "o Brasil precisa de líder forte e independente", avisa sobre três desafios, corrupção, o papel do Estado na economia e política externa, que são "perfeitamente administráveis". Mas para que "Ms. Rousseff tenha autoridade para cumprir a tarefa apropriadamente, precisa sair da sombra de Lula". Fechando o texto, "como seu último presente a seu país, ele deve deixar que ela faça isso".

economist.com
Na foto que acompanha o editorial, Lula com Dilma

//"VAI SURPREENDER O MUNDO"

A "Economist" também transcreve uma longa entrevista que fez com o presidente e publica a reportagem "O legado de Lula". Abre ouvindo uma vendedora de flores, para quem Lula foi "o melhor presidente de todos os tempos", e Marcelo Neri, da FGV, que descreve, na economia, "o melhor momento em toda a história do Brasil".
A revista destaca, entre as declarações de Lula, que "estamos começando a assentar os passos para que os mais pobres comecem a ascender à classe média". Questionado se ainda pretende voltar, "Você pode ter certeza de uma coisa: eu estou indo embora".
E questionado sobre a sua candidata: "Dilma vai surpreender o mundo".

//A MALDIÇÃO DOS JUROS

A "Economist" lamenta que "uma das coisas mais impressionantes desta campanha eleitoral foi a ausência quase total de debate sobre políticas". O argentino "Clarín" encontrou um, ao destacar ontem que a Petrobras, "emblema do Brasil", foi "tema fundamental da campanha" -dada pelo governo como "símbolo de desenvolvimento", mas na qual a oposição vê "mau uso de recursos".
Ao fundo, o "Financial Times" deu artigo de Tony Volpon, do grupo financeiro japonês Nomura. Sob o título "Dilma pode quebrar a maldição do juro do Brasil", defende que, para tanto, ela reduza os gastos públicos "de maneira transparente, aberta", em ação "arrojada e surpreendente".

Comprovar A estatal alemã Deutsche Welle destaca que o "Próximo presidente terá que comprovar a liderança internacional do Brasil". Ouviu da chancelaria da União Europeia que ela hoje "reconhece por completo o papel global crescente do Brasil". E de Federico Foster, da Universidade de Colônia, que "Lula mostrou ao mundo coisas novas e áreas novas em que seu país poderia contribuir" e ganhou "notável presença", tomando espaço das potências.

Poupança Seguindo com sua cobertura extensiva da eleição, a BBC fez longa reportagem sobre "O legado de Lula", ouvindo brasileiros de diversas regiões. E ressalta o conselho dado pelo colunista Martin Wolf ao próximo governo, para que eleve a poupança nacional de 20% para 30% do PIB.

Sem o pai Em análise, o britânico "Guardian" diz que "o penúltimo milagre do metalúrgico que virou presidente foi passar sua enorme popularidade para uma mulher quase desconhecida", cujos "passos ele vai dirigir da sombra por anos". Já a Reuters, em despacho de Caetés, Pernambuco, ressalta que o próprio "Brasil encara a vida sem "o cara'". No texto, destaca frase de Maria da Penha: "É uma pena que ele está indo embora. É como se estivéssemos perdendo nosso pai".

Mediador Sob o título "O mediador emergente", o espanhol "El Mundo" faz um balanço da política externa. "O presidente aproveitou o crescimento para projetar-se no exterior", afirmou, ouvindo críticos como o diplomata Roberto Abdenur, para quem "Lula teve sorte".

wsj.com
ESCÂNDALO Contra a corrente no exterior, o "Wall Street Journal" destacou ontem que "Escândalo torna obscura eleição no Brasil". Mas o correspondente John Lyons sublinha que "Ms. Roussef não foi implicada"



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