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Derrota em MG acirra ânimos no PSDB
Candidato natural a principal estrela tucana, Aécio deve enfrentar oposição interna de Serra e líderes paulistas
"Perdemos feio em Minas Gerais. Por que será?!", escreveu no Twitter o coordenador do programa tucano
CATIA SEABRA
BRENO COSTA
DE SÃO PAULO
No tabuleiro político interno do PSDB, a derrota de José
Serra significa, automaticamente, a ascensão de Aécio
Neves, preterido na disputa
pelo Planalto. Mas Serra deu
sinais, ontem, de que pretende manter no tucanato paulista o controle do partido.
A decepção com o resultado das urnas em Minas Gerais foi estopim para uma
mudança de visão de Serra. O
coordenador do programa de
governo de Serra, Xico Graziano, expressou esse sentimento no Twitter, pouco depois das 19h.
"Perdemos feio em Minas
Gerais. Por que será?!", escreveu Graziano.
Em seu discurso após reconhecer a derrota para Dilma
Rousseff (PT), Serra não
mencionou, nem indiretamente, Aécio. Ao mesmo
tempo, o governador eleito
de São Paulo, Geraldo Alckmin, foi objeto dos principais
agradecimentos.
Aécio Neves havia prometido a vitória do tucano no Estado, segundo maior colégio
eleitoral do país. Não conseguiu. Serra conquistou apenas 1,1 milhão de votos a
mais no Estado em relação ao
primeiro turno. O crescimento do tucano foi menor que o
de Dilma. A petista teve mais
1,2 milhão de votos.
CONCILIAÇÃO
Nas horas seguintes à confirmação da derrota de Serra,
o discurso de grão-tucanos
era no sentido de evitar um
racha no partido. Para Tasso
Jereissati (CE), próximo a Aécio, o mineiro fez sua parte.
"Serra não pode ficar aborrecido com o Aécio, porque
ele deu provas diárias de seu
empenho", disse.
Para o senador Sérgio
Guerra (PE), presidente do
partido, a saída de Aécio da
disputa pelo Planalto, em dezembro passado, gerou um
sentimento de frustração na
população mineira. Aécio goza de mais de 70% de popularidade no Estado.
Para evitar uma crise no
calor da eleição, a escolha do
novo presidente do PSDB foi
adiada em seis meses, de novembro para maio de 2011.
Além da chamada "despaulistanização", o partido
discutirá a reconstrução de
sua imagem e do discurso.
Aécio, em nota, elogiou o
desempenho de Serra e fez
uma diferenciação entre resultado eleitoral e político.
"Ao contrário do que pode
parecer para muitos, o resultado de uma eleição não se
resume a quem venceu e a
quem perdeu. Há o resultado
político e o resultado eleitoral, que nem sempre têm o
mesmo significado."
Tucanos avaliavam, até
ontem, como natural a chegada de Aécio ao comando
do partido. Governador eleito de São Paulo, Geraldo
Alckmin, mergulhado na
gestão do Estado, não seria
obstáculo ao seu plano de
disputar a sucessão de 2014.
Em seu discurso, ontem,
Serra deixou no ar a possibilidade de voltar a se candidatar a um cargo público. Mesmo a Presidência não foi descartada pelo tucano.
Serra havia avisado a aliados, antes mesmo da campanha, que seria sua última
candidatura a um cargo no
Executivo caso não vencesse.
Serra se recusava até a ouvir
a hipótese de concorrer à Prefeitura de São Paulo em 2012.
Ontem, contudo, em seu
discurso após reconhecer a
derrota para Dilma, disse que
o fracasso nas urnas representava um "até logo".
Colaborou DANIELA LIMA, de São Paulo
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