São Paulo, segunda-feira, 04 de outubro de 2010

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RIO DE JANEIRO

Cabral vence no Rio com votação histórica

Na campanha pela reeleição, governador consegue a maior votação para o cargo no Estado em todos os tempos

Discurso usou o apoio de Lula, o sucesso das UPPs e a expectativa em relação à Copa 2014 e às Olimpíadas de 2016

PLÍNIO FRAGA
ITALO NOGUEIRA

DO RIO

O governador Sérgio Cabral Filho (PMDB), 47, foi reeleito ontem com a maior votação ao cargo na história do Estado. Com 98% da apuração, o peemedebista somava 5,12 milhões de votos (66% dos válidos) superando Fernando Gabeira (PV) -seu principal oponente atingia 1,6 milhão de votos (21%).
Um dos responsáveis pelo bom desempenho nas urnas foi o projeto das Unidades de Polícia Pacificadora -ocupação permanente da PM em 11 comunidades antes dominadas pelo tráfico de drogas.
Outro foi um pacote de grandes obras financiadas pelo governo federal (mais de R$ 6 bilhões em ações de urbanização em grandes complexos de favela -Manguinhos, Alemão e Rocinha).
Pesou ainda a promessa de mais de R$ 20 bilhões em investimentos para a Copa 2014 e as Olimpíadas 2016.
Cabral é o terceiro governador reeleito no primeiro turno -antes Leonel Brizola (60%) em 1990 e Rosinha Garotinho (51%) em 2002 tinham vencido com mais da metade dos votos válidos.
"A população entendeu aonde o Rio pode chegar. Podemos libertar toda a população do controle de marginais que ainda dominam áreas da região metropolitana. Todas as outras políticas públicas não têm a efetividade completa se não houver paz", afirmou Cabral.
A vitória de Marcelo Crivella (PRB) sobre Jorge Picciani (PMDB) na disputa ao Senado e os mais de 600 mil votos do rival Anthony Garotinho (PR) -a maior votação no Estado entre os candidatos a deputado federal- foram os únicos reveses para Cabral.

PÓS-BRIZOLA
Primeira liderança a se consolidar entre aquelas da chamada era pós-Brizola -por não ter tido o ex-governador como padrinho-, Cabral iniciará seu segundo mandato procurando ampliar seu espaço nacional.
Amigo desde a juventude de Aécio Neves, senador eleito pelo PSDB em Minas, ele aposta na renovação das lideranças do país e quer crescer mantendo diálogo com opositores do presidente Lula, seu maior cabo eleitoral.
Inicia o novo governo com a dificuldade de dividir o espaço nas 19 secretarias com os 16 partidos da megacoligação que sustentou sua vitória. Deve incluir nele Picciani, presidente da Assembleia, que teve mais de 2,9 milhões de votos ao Senado.
Cabral diz querer manter técnicos em cargos-chaves, como a Secretaria de Segurança. Já anunciou a recondução ao posto de José Mariano Beltrame, delegado da Polícia Federal perto de chegar a 1.500 dias na função, o mais longevo da história do Rio -ele foi mentor da UPP.


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