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RIO DE JANEIRO
Cabral vence no Rio com votação histórica
Na campanha pela reeleição, governador consegue a maior votação para o cargo no Estado em todos os tempos
Discurso usou o apoio de Lula, o sucesso das UPPs e a expectativa em relação à Copa 2014 e
às Olimpíadas de 2016
PLÍNIO FRAGA
ITALO NOGUEIRA
DO RIO
O governador Sérgio Cabral Filho (PMDB), 47, foi reeleito ontem com a maior votação ao cargo na história do
Estado. Com 98% da apuração, o peemedebista somava
5,12 milhões de votos (66%
dos válidos) superando Fernando Gabeira (PV) -seu
principal oponente atingia
1,6 milhão de votos (21%).
Um dos responsáveis pelo
bom desempenho nas urnas
foi o projeto das Unidades de
Polícia Pacificadora -ocupação permanente da PM em 11
comunidades antes dominadas pelo tráfico de drogas.
Outro foi um pacote de
grandes obras financiadas
pelo governo federal (mais
de R$ 6 bilhões em ações de
urbanização em grandes
complexos de favela -Manguinhos, Alemão e Rocinha).
Pesou ainda a promessa
de mais de R$ 20 bilhões em
investimentos para a Copa
2014 e as Olimpíadas 2016.
Cabral é o terceiro governador reeleito no primeiro
turno -antes Leonel Brizola
(60%) em 1990 e Rosinha Garotinho (51%) em 2002 tinham vencido com mais da
metade dos votos válidos.
"A população entendeu
aonde o Rio pode chegar. Podemos libertar toda a população do controle de marginais que ainda dominam
áreas da região metropolitana. Todas as outras políticas
públicas não têm a efetividade completa se não houver
paz", afirmou Cabral.
A vitória de Marcelo Crivella (PRB) sobre Jorge Picciani
(PMDB) na disputa ao Senado e os mais de 600 mil votos
do rival Anthony Garotinho
(PR) -a maior votação no Estado entre os candidatos a
deputado federal- foram os
únicos reveses para Cabral.
PÓS-BRIZOLA
Primeira liderança a se
consolidar entre aquelas da
chamada era pós-Brizola
-por não ter tido o ex-governador como padrinho-, Cabral iniciará seu segundo
mandato procurando ampliar seu espaço nacional.
Amigo desde a juventude
de Aécio Neves, senador eleito pelo PSDB em Minas, ele
aposta na renovação das lideranças do país e quer crescer mantendo diálogo com
opositores do presidente Lula, seu maior cabo eleitoral.
Inicia o novo governo com
a dificuldade de dividir o espaço nas 19 secretarias com
os 16 partidos da megacoligação que sustentou sua vitória. Deve incluir nele Picciani, presidente da Assembleia, que teve mais de 2,9
milhões de votos ao Senado.
Cabral diz querer manter
técnicos em cargos-chaves,
como a Secretaria de Segurança. Já anunciou a recondução ao posto de José Mariano Beltrame, delegado da
Polícia Federal perto de chegar a 1.500 dias na função, o
mais longevo da história do
Rio -ele foi mentor da UPP.
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