São Paulo, quarta-feira, 06 de outubro de 2010

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Netinho culpa mídia por derrota para o Senado

ANNA VIRGINIA BALLOUSSIER
DE SÃO PAULO

O vereador Netinho de Paula (PC do B) atribuiu a "órgãos muito poderosos, [...] principalmente a mídia", o papel de algoz da sua candidatura ao Senado.
"A imprensa repetia exatamente o que o programa do candidato do PSDB falava", reclamou.
Na reta final, o tucano Aloysio Nunes ultrapassou concorrentes e foi o mais votado para as duas vagas de senador. Marta Suplicy (PT) ficou com a outra cadeira.
Em coletiva de imprensa ontem, Netinho afirmou não ter se sentido "injustiçado", e sim "o escolhido para falarem mal".
Para o vereador, "é escancarado" que os candidatos "não são tratados de forma igualitária".
Segundo ele, a agressão à ex-mulher não era assunto para "pauta política".
"Passei três meses da campanha falando de um fato da minha vida particular ocorrido em 2005."
Netinho queixou-se do preconceito de "poderosos" incomodados com a ascensão "de uma pessoa vinda do gueto, negro".
Na esteira de reclamações contra a imprensa, despachou críticas a reportagens sobre inquérito aberto pela Polícia Civil. Na semana passada, a Folha noticiou que ele é investigado por supostamente omitir da Justiça Eleitoral uma casa avaliada em R$ 2 milhões.
"O que leva a Polícia ir à minha casa [sem mandado] por um débito fiscal? Com isso ninguém se indignou."
Netinho disse também que, por causa da "cobertura imparcial", Lula tinha razão ao criticar a imprensa.

TRISTE
O ex-pagodeiro se disse "triste, porque queria ser senador", mas crê ter saído fortalecido politicamente.
De Lula, ganhou um pedido ("não abaixe a cabeça") e uma lição ("todo grande político precisa conhecer a derrota").
Netinho não descartou cargos num eventual governo Dilma, nem concorrer à Prefeitura de São Paulo.
Sobre voos mais altos -chegar ele próprio, no futuro, à Presidência-, citou uma frase que ouviu de Fernando Henrique Cardoso.
"Ele disse: Netinho, a arte de ser presidente não é querer, e sim fazer com que queiram."


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