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PRESIDENTE 40 ELEIÇÕES 2010
Pedido era para investigar tucano, confirma delegado
Onézimo das Graças Sousa, delegado aposentado da PF, nega que seja amigo do deputado Marcelo Itagiba
Sousa diz ter se negado a fazer apuração sobre pré-candidato tucano; "Não trabalho com esse tipo de coisa", afirma
RUBENS VALENTE
DE BRASÍLIA
O delegado aposentado da
Polícia Federal Onézimo das
Graças Sousa reafirmou ontem à Folha que o jornalista
Luiz Lanzetta -encarregado,
até a semana passada, da
área de imprensa da pré-campanha de Dilma Rousseff
(PT)- lhe pediu que investigasse o tucano José Serra.
Sousa disse que não aceitou fazer o trabalho nem fechou o contrato. Negou também ser amigo do deputado
Marcelo Itagiba (PSDB-RJ),
acusado de produzir dossiê
anti-PMDB para ajudar Serra.
Tanto Lanzetta quanto o
jornalista Amaury Ribeiro Jr.,
presentes à reunião, negaram que tal pedido sobre Serra tenha sido feito.
Lanzetta deixou a campanha após a "Veja" divulgar as
declarações de Sousa.
Folha - Gostaria de ouvi-lo sobre a entrevista concedida à
revista "Veja"...
Onézimo Sousa - Foi você
que fez entrevista com uma
pessoa lá da casa [com o jornalista Amaury Ribeiro Jr.]?
Você viu o que ele falou? Você imagina uma estrutura
dessa, uma candidata, talvez
futura presidente, monta um
escritório onde ocorre roubo.
Não pega mal?
Eu fui chamado, como policial, para apurar um roubo.
[...] São dois tipos de coisas
distintas: a primeira eu faço,
para seu jornal, sua casa, se
você for contratar uma empregada: "Veja se essa pessoa tem antecedentes". Isso é
normal, você faz sem violação a qualquer princípio.
Agora, o segundo tópico que
se falou que era para fazer é
que eu não concordei.
Disseram que o sr. teria dito
que tem conhecimento de
que Itagiba estava produzindo dossiês sobre o PMDB. Isso
procede?
Negativo. Isso era a segunda parte do serviço [...]. Eram
dois serviços. Um era proteger a casa. E o outro era saber
quem eram esses caras do
Itagiba. [...] Eu nunca trabalhei no Ministério da Saúde.
Falou-se que eu tinha um gabinete no 11º andar. Poxa, então eu vou lá pegar meu dinheiro, eu quero receber.
Na "Veja" o sr. falou em "coisas pessoais" do ex-governador José Serra. Ocorreu essa
expressão, "coisas pessoais
do ex-governador"?
A partir do momento em
que alguém me procura e fala, "eu quero saber tudo do
jornalista "xis"", eu tenho bola de cristal, eu sou [a vidente] Mãe Diná? Eu não sou.
Então o sr. confirma que eles
queriam saber tudo de Serra?
Exatamente. Para eu saber
tudo de você, você sabe qual
seria o método. Eu não trabalho com esse tipo de coisa.
[...] A imprensa põe que eu
sou dono de empresa. Eu
queria que você ressalvasse
bem: eu sou um advogado. E
advogado não pode falar o
que o cliente lhe confidencia.
Há o boato de que alguém teria gravado a reunião. O sr.
gravou esse encontro?
Isso é matéria de defesa
minha.
Leia a íntegra da
entrevista
folha.com.br/po746942
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