São Paulo, terça-feira, 08 de junho de 2010

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PRESIDENTE 40 ELEIÇÕES 2010

Pedido era para investigar tucano, confirma delegado

Onézimo das Graças Sousa, delegado aposentado da PF, nega que seja amigo do deputado Marcelo Itagiba

Sousa diz ter se negado a fazer apuração sobre pré-candidato tucano; "Não trabalho com esse tipo de coisa", afirma


RUBENS VALENTE
DE BRASÍLIA

O delegado aposentado da Polícia Federal Onézimo das Graças Sousa reafirmou ontem à Folha que o jornalista Luiz Lanzetta -encarregado, até a semana passada, da área de imprensa da pré-campanha de Dilma Rousseff (PT)- lhe pediu que investigasse o tucano José Serra. Sousa disse que não aceitou fazer o trabalho nem fechou o contrato. Negou também ser amigo do deputado Marcelo Itagiba (PSDB-RJ), acusado de produzir dossiê anti-PMDB para ajudar Serra.
Tanto Lanzetta quanto o jornalista Amaury Ribeiro Jr., presentes à reunião, negaram que tal pedido sobre Serra tenha sido feito. Lanzetta deixou a campanha após a "Veja" divulgar as declarações de Sousa.

Folha - Gostaria de ouvi-lo sobre a entrevista concedida à revista "Veja"...
Onézimo Sousa
- Foi você que fez entrevista com uma pessoa lá da casa [com o jornalista Amaury Ribeiro Jr.]? Você viu o que ele falou? Você imagina uma estrutura dessa, uma candidata, talvez futura presidente, monta um escritório onde ocorre roubo. Não pega mal? Eu fui chamado, como policial, para apurar um roubo. [...] São dois tipos de coisas distintas: a primeira eu faço, para seu jornal, sua casa, se você for contratar uma empregada: "Veja se essa pessoa tem antecedentes". Isso é normal, você faz sem violação a qualquer princípio. Agora, o segundo tópico que se falou que era para fazer é que eu não concordei.

Disseram que o sr. teria dito que tem conhecimento de que Itagiba estava produzindo dossiês sobre o PMDB. Isso procede?
Negativo. Isso era a segunda parte do serviço [...]. Eram dois serviços. Um era proteger a casa. E o outro era saber quem eram esses caras do Itagiba. [...] Eu nunca trabalhei no Ministério da Saúde. Falou-se que eu tinha um gabinete no 11º andar. Poxa, então eu vou lá pegar meu dinheiro, eu quero receber.

Na "Veja" o sr. falou em "coisas pessoais" do ex-governador José Serra. Ocorreu essa expressão, "coisas pessoais do ex-governador"?
A partir do momento em que alguém me procura e fala, "eu quero saber tudo do jornalista "xis"", eu tenho bola de cristal, eu sou [a vidente] Mãe Diná? Eu não sou.

Então o sr. confirma que eles queriam saber tudo de Serra?
Exatamente. Para eu saber tudo de você, você sabe qual seria o método. Eu não trabalho com esse tipo de coisa. [...] A imprensa põe que eu sou dono de empresa. Eu queria que você ressalvasse bem: eu sou um advogado. E advogado não pode falar o que o cliente lhe confidencia.

Há o boato de que alguém teria gravado a reunião. O sr. gravou esse encontro?
Isso é matéria de defesa minha.

Leia a íntegra da entrevista
folha.com.br/po746942


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