São Paulo, segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

RIO DE JANEIRO

Após denúncias, candidatos buscam voto na Rocinha

Ao menos 5 candidatos, incluindo Gabeira, fizeram campanha na favela

Justiça Eleitoral recebeu denúncia de que traficantes de drogas cerceariam campanha no morro

MARCELO BORTOLOTI
DO RIO

Depois de a Justiça Eleitoral ter recebido denúncias de que traficantes estariam cerceando a campanha eleitoral na favela da Rocinha, no Rio, e favorecendo o candidato a deputado estadual André Lazaroni (PMDB), a comunidade foi palco ontem de uma animada disputa por votos.
Ao menos cinco candidatos fizeram campanha pelas ruelas da Rocinha. Mas, segundo moradores, o número foi até maior.
O interesse dos políticos tem razão de ser. A favela, que fica na zona sul do Rio e é uma das maiores da América Latina, tem cerca de 100 mil habitantes, segundo o governo do Estado. Ou 200 mil, de acordo com a associação dos moradores.
O primeiro a chegar foi o candidato ao governo Fernando Gabeira (PV). Caminhou por uma feira livre próxima à entrada principal da favela. Ao seu lado estavam os candidatos a deputado estadual Paulo Pinheiro (PPS) e Bernardinho (PV).

CURRAL ELEITORAL
O grupo de Gabeira percebeu a concorrência logo na primeira ladeira. Enquanto subia, uma passeata com bandeiras do petista Lindberg Farias, que concorre ao Senado, veio em sentido contrário. O candidato não estava presente.
Os cabos eleitorais de Lindberg usavam camisetas com o nome do vereador Claudinho da Academia, que em junho deste ano foi encontrado morto em sua casa em circunstâncias suspeitas.
Claudinho, que era do PSDC, foi acusado de formar um curral eleitoral na favela com ajuda de traficantes.
Mais adiante, o grupo de Gabeira teve de se espremer novamente. Dessa vez em razão da comitiva dos candidatos a deputado federal Júlio Lopes (PP), que apoia seu principal adversário, o governador Sérgio Cabral (PMDB), e o deputado estadual William da Rocinha (PRB), ex-presidente da União Pró-Melhoramentos da comunidade. Os candidatos se cumprimentaram.
Em toda a favela havia propaganda de diversos candidatos a deputado federal e senador. Mas, para deputado estadual, apenas de William e André Lazaroni (PMDB).
A caminhada de Fernando Gabeira e sua comitiva se restringiu a áreas de grande movimento. Ele não entrou em becos mais perigosos.

LUGARES PERIGOSOS
O grupo foi conduzido por Sérgio Crisóstomo, presidente da associação de moradores do Laboriaux, uma das comunidades da Rocinha.
"Estou aqui para mostrar onde pode entrar e onde não pode. Hoje temos 20 candidatos fazendo campanha. Qualquer um pode entrar, só precisa saber se comportar."
Fernando Gabeira apertou as mãos de moradores. Ouviu elogios e um bordão aparentemente conhecido na favela: "Quem fuma e cheira vota em Gabeira".
No final da caminhada, criticou Sérgio Cabral. "O governador não tem coragem de vir pessoalmente à Rocinha, mas tem coragem de mandar seus trabalhadores", disse, fazendo alusão aos funcionários das obras do PAC (Plano de Aceleração do Crescimento).


Texto Anterior: Paraná: No encalço de Beto Richa, Osmar Dias aumenta suas aparições ao lado de Lula
Próximo Texto: Minas Gerais: Anastasia herda de Aécio apoio da classe artística e coloca cantores na campanha
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.