São Paulo, sexta-feira, 21 de outubro de 2011

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PF faz operação em Alagoas contra fraude na restituição de IR

Suposto esquema desviava dinheiro da folha de pagamento do Tribunal de Contas

DE SÃO PAULO

A Polícia Federal fez ontem uma operação para desbaratar um suposto esquema de desvio de dinheiro público na folha de pagamentos do Tribunal de Contas de Alagoas. O órgão é responsável pela fiscalização dos gastos públicos no Estado.
Agentes da PF e da Força Nacional de Segurança cumpriram três mandados de prisão e 12 de buscas de documentos e computadores em Maceió e em duas cidades no interior de Alagoas.
O juiz federal Sérgio Wanderley de Mendonça, da 2ª Vara Federal em Alagoas, deu prazo de 48 horas para que o Tribunal de Contas do Estado entregue à PF as fichas cadastrais e financeiras dos servidores do tribunal.
Investigações feitas pela Receita Federal conjuntamente com a PF encontraram nomes de pessoas já mortas que recebiam salários do TCE.
A estimativa é que o esquema tenha desviado até R$ 100 milhões nos últimos seis anos.
Investigações apontaram também que descontos de Imposto de Renda de servidores informados à Receita tinham valores acima do que eram praticados efetivamente.
Com isso, as restituições a que os servidores tinham direito eram mais altas.
A diferença nos valores era, segundo a PF, indevidamente apropriada por integrantes do esquema.

HARAS E ACADEMIA
No cumprimento dos mandados de buscas, os agentes encontraram duas armas de fogo e pássaros silvestres em cativeiro, que foram apreendidos e enviados ao Ibama.
Há a suspeita de que parte do dinheiro supostamente desviado tenha sido utilizada em um haras, para criação de cavalos de raça, com o objetivo de lavar o dinheiro. A operação foi batizada de Rodoleiro, referência a um carrapato que infesta cavalos.
Outra parte do dinheiro foi usada para a instalação de uma academia de ginástica na orla de Maceió, também para "legalizar" o dinheiro.
A assessoria de imprensa do TCE informou que o presidente Luiz Eustáquio Toledo estava ontem em Belo Horizonte, onde recebia uma homenagem, e não comentaria a operação. Hoje ele deve divulgar uma nota sobre a investigação. (SÍLVIA FREIRE)



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