São Paulo, sexta-feira, 21 de outubro de 2011

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Governo teme contração da economia no fim do ano

Planalto vê risco de retração do crescimento nos dois últimos trimestres de 2011

Presidente espera que BC prolongue série de corte de juros, como fez nesta semana ao reduzir taxa para 11,5%

VALDO CRUZ
SHEILA D'AMORIM
DE BRASÍLIA

O governo avalia que a economia brasileira passa por um momento de turbulência e que há o risco de o país sofrer uma contração no terceiro trimestre deste ano em relação ao período anterior.
Segundo a Folha apurou, assessores presidenciais já temem um desempenho muito fraco da economia no último trimestre deste ano, ainda positivo, mas não o suficiente para sinalizar reação no ritmo de crescimento do país.
Caso esse cenário de piora dos indicadores se concretize, assessores disseram que o "sinal vermelho" será acendido no Planalto. O governo terá, então, de avaliar a adoção de medidas para reverter a freada brusca na economia no ano que vem.
O maior temor, considerado ainda pouco provável, é o PIB (Produto Interno Bruto), que representa a soma dos bens e serviços produzidos no país, ficar negativo por dois trimestres seguidos. Essa situação é tecnicamente classificada como recessão pelos economistas.
No primeiro trimestre deste ano, a economia brasileira cresceu 1,2% na comparação com os últimos três meses de 2010. No segundo, o crescimento caiu para 0,8%. Se ficar negativo no terceiro trimestre, será a primeira queda desde o início de 2009.
Se o ritmo fraco do terceiro trimestre repetir-se no último, o crescimento do país ficará mais perto de 3% do que dos 3,5% registrados na previsão oficial mais recente do Banco Central.
Integrantes do governo atribuem a piora dos indicadores às medidas adotadas desde o fim de 2010 para combater a inflação, e não aos efeitos da crise internacional, que devem ter maior impacto no próximo ano.
A presidente Dilma Rousseff espera que o BC prolongue o afrouxamento monetário, continuando a reduzir os juros no primeiro semestre e levando a taxa básica para 9% em 2012. Nesta semana, o BC reduziu a taxa em meio ponto percentual, para 11,5%.
A ordem hoje é monitorar o comportamento dos setores da economia para evitar que o tombo no crescimento. Essa postura -enfatizada também na área econômica- tem gerado críticas ao BC.
Para analistas céticos em relação ao ritmo de desaceleração no país e ao impacto que isso terá na inflação, o Banco Central está mais preocupado com o crescimento do que em controlar os reajustes de preços.



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