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ANÁLISE DATAFOLHA
TV associa Dilma a Lula e alavanca petista
Dos 6 pontos ganhos pela ex-ministra desde fevereiro, pelo menos metade veio da associação com o presidente
A TAXA DOS QUE PASSARAM A ENXERGAR A PETISTA COMO CANDIDATA DE LULA CRESCEU DE 61% PARA 71%; ENTRE ESTES, DILMA TEM VANTAGEM
DE 16 PONTOS SOBRE SERRA
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MAURO PAULINO
DIRETOR-GERAL DO DATAFOLHA
ALESSANDRO JANONI
DIRETOR DE PESQUISAS DO DATAFOLHA
Mais uma vez as mudanças observadas na última
pesquisa Datafolha para presidente da República refletem a volatilidade típica de
uma disputa polarizada.
Quando um protagonista ganha pontos, o outro perde.
A novidade é que, pela primeira vez desde dezembro
do ano passado, nota-se movimento no índice que mede
o grau de influência da popularidade do presidente Luiz
Inácio Lula da Silva no desempenho da candidatura de
Dilma Rousseff.
Há cinco meses, o instituto
monitora o peso do principal
cabo eleitoral da petista sobre a intenção de voto.
Na ocasião, considerando-se o cenário em que Ciro Gomes era excluído do quadro,
14% diziam que com certeza
elegeriam o candidato apoiado por Lula, mas não votavam em Dilma por desconhecerem o fato de que ela era a
candidata do presidente. Hoje, esse percentual é de 11%.
O índice permaneceu praticamente inalterado até o
mês passado. Em fevereiro,
mesmo com a comunicação
oficial da candidatura petista, o Datafolha revelava que
o fator mais significativo para a aproximação entre Serra
e Dilma dava-se por desgaste
pontual do tucano.
Agora, ao se observar as
pesquisas realizadas pelo
Datafolha em 2010, nota-se
que, dos seis pontos obtidos
pela candidata petista desde
fevereiro, pelo menos metade deve-se à recente percepção, por esses eleitores, de
que Lula a apoia.
E o meio principal pelo
qual essa parcela importante
do eleitorado tomou conhecimento do apoio do presidente a Dilma foi a inserção
publicitária do PT em intervalos comerciais de TV nas
duas últimas semanas.
A comunicação em massa,
em horário nobre na TV, promoveu a associação entre Lula e Dilma e alavancou a candidatura da ex-ministra de
maneira homogênea, em todas as regiões do país.
A CANDIDATA DE LULA
A taxa dos que passaram a
enxergar a petista como candidata de Lula cresceu dez
pontos percentuais, de 61%
para 71%. Entre estes, Dilma
consegue vantagem de 16
pontos sobre Serra.
Na população em geral,
37% dizem, quando provocados, ter visto na TV, pelo menos uma vez, uma propaganda de Dilma Rousseff nos últimos 30 dias. Em relação às
propagandas de Serra, essa
taxa cai para 29%.
Mesmo em segmentos onde os índices de acesso à informação costumam ser muito mais modestos -habitantes do Nordeste e os que têm
menor renda familiar-, 33%
afirmam ter assistido às propagandas de Dilma.
No Sul e no Norte e Centro-Oeste, essas taxas chegam a
40% e 39%, respectivamente. No Sudeste, ela é de 38%.
A diminuição do contingente que quer votar em candidato apoiado por Lula, mas
que não escolhe Dilma por
não associá-la ao presidente
é mais nítida no Nordeste.
A taxa dos que identificam
Dilma como candidata
apoiada por Lula cresceu
principalmente entre as mulheres, os mais jovens, os que
têm menor renda e os que
moram no Nordeste.
Os primeiros passos dos
pré-candidatos na TV já demonstram a importância que
o desempenho nesse veículo
assumirá no desempate da
disputa presidencial.
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