São Paulo, domingo, 23 de maio de 2010

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ANÁLISE DATAFOLHA

TV associa Dilma a Lula e alavanca petista

Dos 6 pontos ganhos pela ex-ministra desde fevereiro, pelo menos metade veio da associação com o presidente


A TAXA DOS QUE PASSARAM A ENXERGAR A PETISTA COMO CANDIDATA DE LULA CRESCEU DE 61% PARA 71%; ENTRE ESTES, DILMA TEM VANTAGEM DE 16 PONTOS SOBRE SERRA

MAURO PAULINO
DIRETOR-GERAL DO DATAFOLHA

ALESSANDRO JANONI
DIRETOR DE PESQUISAS DO DATAFOLHA

Mais uma vez as mudanças observadas na última pesquisa Datafolha para presidente da República refletem a volatilidade típica de uma disputa polarizada. Quando um protagonista ganha pontos, o outro perde.
A novidade é que, pela primeira vez desde dezembro do ano passado, nota-se movimento no índice que mede o grau de influência da popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no desempenho da candidatura de Dilma Rousseff.
Há cinco meses, o instituto monitora o peso do principal cabo eleitoral da petista sobre a intenção de voto.
Na ocasião, considerando-se o cenário em que Ciro Gomes era excluído do quadro, 14% diziam que com certeza elegeriam o candidato apoiado por Lula, mas não votavam em Dilma por desconhecerem o fato de que ela era a candidata do presidente. Hoje, esse percentual é de 11%.
O índice permaneceu praticamente inalterado até o mês passado. Em fevereiro, mesmo com a comunicação oficial da candidatura petista, o Datafolha revelava que o fator mais significativo para a aproximação entre Serra e Dilma dava-se por desgaste pontual do tucano.
Agora, ao se observar as pesquisas realizadas pelo Datafolha em 2010, nota-se que, dos seis pontos obtidos pela candidata petista desde fevereiro, pelo menos metade deve-se à recente percepção, por esses eleitores, de que Lula a apoia.
E o meio principal pelo qual essa parcela importante do eleitorado tomou conhecimento do apoio do presidente a Dilma foi a inserção publicitária do PT em intervalos comerciais de TV nas duas últimas semanas.
A comunicação em massa, em horário nobre na TV, promoveu a associação entre Lula e Dilma e alavancou a candidatura da ex-ministra de maneira homogênea, em todas as regiões do país.

A CANDIDATA DE LULA
A taxa dos que passaram a enxergar a petista como candidata de Lula cresceu dez pontos percentuais, de 61% para 71%. Entre estes, Dilma consegue vantagem de 16 pontos sobre Serra.
Na população em geral, 37% dizem, quando provocados, ter visto na TV, pelo menos uma vez, uma propaganda de Dilma Rousseff nos últimos 30 dias. Em relação às propagandas de Serra, essa taxa cai para 29%.
Mesmo em segmentos onde os índices de acesso à informação costumam ser muito mais modestos -habitantes do Nordeste e os que têm menor renda familiar-, 33% afirmam ter assistido às propagandas de Dilma.
No Sul e no Norte e Centro-Oeste, essas taxas chegam a 40% e 39%, respectivamente. No Sudeste, ela é de 38%.
A diminuição do contingente que quer votar em candidato apoiado por Lula, mas que não escolhe Dilma por não associá-la ao presidente é mais nítida no Nordeste.
A taxa dos que identificam Dilma como candidata apoiada por Lula cresceu principalmente entre as mulheres, os mais jovens, os que têm menor renda e os que moram no Nordeste.
Os primeiros passos dos pré-candidatos na TV já demonstram a importância que o desempenho nesse veículo assumirá no desempate da disputa presidencial.


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