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Promotor do caso Tiririca é alvo de representação
Conselho questiona "manifestações inadequadas'; Lopes afirma que ação é "exagero"
DANIELA LIMA
FLÁVIO FERREIRA
DE SÃO PAULO
O promotor de Justiça Eleitoral Maurício Lopes, que
questiona em processo a alfabetização do deputado federal eleito Tiririca, virou alvo de representação no
CNMP (Conselho Nacional
do Ministério Público).
Na peça, ele é questionado
por ser autor de "manifestações públicas inadequadas,
exageradas e preconceituosas" contra o humorista.
A representação foi protocolada ontem pelo conselheiro Bruno Dantas, que pede
que o corregedor do conselho investigue a conduta do
promotor. No documento,
Dantas afirma que a atuação
de Lopes é "incompatível"
com o princípio da "impessoalidade".
"O promotor optou pela
desmoralização pública do
candidato eleito, ao invés de
pautar sua atuação na técnica processual, como faz a
maioria dos membros do Ministério Público que não depende dos holofotes", ressaltou Dantas na peça.
A representação tem como
base entrevistas concedidas
por Maurício Lopes, nas
quais ele classifica o caso como "questão de honra" e
chama a eleição do humorista de "estelionato eleitoral".
Depois que Tiririca foi eleito, Lopes fez duas acusações
contra o humorista. O promotor alega que o palhaço
apresentou declarações falsas de alfabetização e bens.
Procurado pela Folha, Lopes disse que a representação no CNMP é um "exagero". "É uma tentativa de desqualificar o acusador para
beneficiar o réu", afirmou.
A OAB-SP (Ordem dos Advogados do Brasil) também
fez críticas a declarações do
promotor. Ele teria dito que
"advogado é sórdido", em referência ao profissional que
defende Tiririca, Ricardo Vita
Porto. A resposta da OAB
veio em nota de repúdio.
"A ofensa atinge não só o
advogado visado, mas toda a
advocacia. (...) O advogado
presta serviço público e exerce função social", disse a entidade na nota.
TESTE
Ontem, o advogado que representa Tiririca na ação movida por Lopes apresentou a
defesa do humorista.
O processo correrá em segredo de Justiça, com base
em pedido da defesa que foi
acatado pelo juiz Aloísio Sérgio Rezende Silveira.
O magistrado entendeu
que há necessidade de fazer
um teste para verificar, reservada e individualmente, se
Tiririca é alfabetizado.
O palhaço foi o candidato
a deputado federal mais votado no país, com 1,3 milhão
de votos.
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