São Paulo, terça-feira, 26 de outubro de 2010

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Promotor do caso Tiririca é alvo de representação

Conselho questiona "manifestações inadequadas'; Lopes afirma que ação é "exagero"

DANIELA LIMA
FLÁVIO FERREIRA

DE SÃO PAULO

O promotor de Justiça Eleitoral Maurício Lopes, que questiona em processo a alfabetização do deputado federal eleito Tiririca, virou alvo de representação no CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público).
Na peça, ele é questionado por ser autor de "manifestações públicas inadequadas, exageradas e preconceituosas" contra o humorista.
A representação foi protocolada ontem pelo conselheiro Bruno Dantas, que pede que o corregedor do conselho investigue a conduta do promotor. No documento, Dantas afirma que a atuação de Lopes é "incompatível" com o princípio da "impessoalidade".
"O promotor optou pela desmoralização pública do candidato eleito, ao invés de pautar sua atuação na técnica processual, como faz a maioria dos membros do Ministério Público que não depende dos holofotes", ressaltou Dantas na peça.
A representação tem como base entrevistas concedidas por Maurício Lopes, nas quais ele classifica o caso como "questão de honra" e chama a eleição do humorista de "estelionato eleitoral".
Depois que Tiririca foi eleito, Lopes fez duas acusações contra o humorista. O promotor alega que o palhaço apresentou declarações falsas de alfabetização e bens.
Procurado pela Folha, Lopes disse que a representação no CNMP é um "exagero". "É uma tentativa de desqualificar o acusador para beneficiar o réu", afirmou.
A OAB-SP (Ordem dos Advogados do Brasil) também fez críticas a declarações do promotor. Ele teria dito que "advogado é sórdido", em referência ao profissional que defende Tiririca, Ricardo Vita Porto. A resposta da OAB veio em nota de repúdio.
"A ofensa atinge não só o advogado visado, mas toda a advocacia. (...) O advogado presta serviço público e exerce função social", disse a entidade na nota.

TESTE
Ontem, o advogado que representa Tiririca na ação movida por Lopes apresentou a defesa do humorista.
O processo correrá em segredo de Justiça, com base em pedido da defesa que foi acatado pelo juiz Aloísio Sérgio Rezende Silveira.
O magistrado entendeu que há necessidade de fazer um teste para verificar, reservada e individualmente, se Tiririca é alfabetizado.
O palhaço foi o candidato a deputado federal mais votado no país, com 1,3 milhão de votos.


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