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Ligação para o 192 cai a 330 km de distância

Telefonema para o Samu feito em São Carlos com celular da Oi vai parar em Ibirarema, cidade perto do Paraná

Serviço de ambulâncias diz que as queixas têm sido comuns; Oi afirma que houve falha e que problema será corrigido

LEANDRO MARTINS
DE RIBEIRÃO PRETO
EDSON SILVA
ENVIADO ESPECIAL A SÃO CARLOS

Ao presenciar um acidente de moto em São Carlos, há cerca de três semanas, o advogado Sérgio Paulillo não pensou duas vezes: pegou o telefone celular e discou 192 para pedir uma ambulância ao Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência).

A ligação feita com um aparelho com chip da operadora Oi caiu no serviço de saúde de Ibirarema, cidade distante 330 quilômetros de São Carlos, na região de Ourinhos, divisa com o Paraná.

A situação não é isolada. O Samu de São Carlos diz que o problema tem sido comum. Em Ibirarema, a unidade de saúde onde as ligações têm caído afirma que os casos se repetem diariamente.

Ontem, com um celular da Oi, a Folha fez testes em pontos diferentes de São Carlos e todas as ligações para o 192 caíram em Ibirarema. Um dos telefonemas foi feito bem em frente ao Samu, na Vila Marina. Outro, do lado oposto da cidade, no bairro Cidade Aracy -o problema persistiu.

Usando celulares de outras operadoras (Claro e Vivo), as ligações para o Samu foram completadas corretamente.

A Oi reconheceu o problema e disse que ele será solucionado (leia texto ao lado).

No caso relatado por Paulillo, a ambulância do Samu atendeu o motociclista acidentado porque o advogado tinha celular de outra operadora para chamar socorro.

"E se o problema ocorre com uma pessoa que não tem outro celular e sofre um acidente em local afastado? Pode ser uma situação grave."

Ele fez cinco reclamações por meio da Anatel nos últimos 15 dias, mas o problema não foi resolvido pela Oi.

O coordenador médico do Samu, André Predin, diz que queixas relatadas por usuários da Oi não são incomuns.

O diretor do serviço, Francisco Luiz Neo, diz que também já ocorreram problemas com outras operadoras, mas, nesses casos, envolvendo ligações que caíram em municípios mais próximos.

'O TEMPO TODO'

Em Ibirarema, o enfermeiro Claudinei Matias Rodrigues, que trabalha no atendimento de saúde, diz que as ligações de São Carlos chegam com frequência e em número elevado. "Ocorre o tempo todo, até de madrugada."

Os telefonistas do serviço até criaram uma tática para identificar ligações que chegam de São Carlos. Como em Ibirarema não há Samu, quando a pessoa do outro lado da linha pergunta pelo serviço os atendentes já sabem que é uma ligação errada.

"Aí a gente orienta a ligar de orelhão ou telefone fixo."

Segundo ele, ligações incorretas de outras cidades da região de São Carlos também têm ocorrido. A Folha fez testes em Ibaté e Araraquara, mas não houve problemas.

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