Mulher deve esperar 9 meses por diagnóstico

Nas unidades básicas dos bairros de Ribeirão Preto, a principal queixa é em relação à demora para a marcação de consultas. Reclamação sobre filas foram raras.

É o caso de Lúcia Silva, 49, que marcou uma consulta na UBS Alexander Fleming, no Simioni, para monitorar sua hipertensão. Foi atendida quase quatro meses depois, no dia 27 de junho -com retorno agendado para o último dia 6 de setembro.

A próxima consulta com o clínico geral, que será feita para avaliar alguns exames mais específicos, foi marcada para 5 de dezembro, ou seja, nove meses após o primeiro agendamento, feito no início de março.

"E se for um problema de saúde sério? Essas consultas deveriam ser marcadas num intervalo mais curto", disse.

A vendedora Francislaine Renaira da Silva, 19, também no último dia 6, aguardava atendimento na UBS Prof. Dr. Aymar Baptista Prado, no Dom Mielle. Estava no local para tomar medicamento para a dor que sentia num joelho, lesionado em novembro do ano passado.

"Como as dores são fortes, o ortopedista encaminhou para o reumatologista, mas um funcionário me avisou que só tem consulta para daqui a três meses", afirmou.

No mesmo dia, a dona de casa Joice Aparecida Felipe Martins, 40, foi ao CSE (Centro de Saúde Escola) do Sumarezinho. Chegou às 9h30 e foi atendida às 16h.

"Vou ao médico para ser atendida rapidamente. É urgente e queremos solução, por isso não pode demorar."

O Sinsaúde (sindicato dos empregados da saúde) de Ribeirão afirma que a partir de 1º de outubro vai disponibilizar uma unidade móvel que vai percorrer hospitais e unidades de saúde do município.

O objetivo é colher reclamações de usuários, como demora em atendimentos e no agendamento de consultas e divergências entre usuários e planos de saúde. As queixas, recebidas por um diretor do sindicato e um advogado, serão enviadas à ANS (Agência Nacional de Saúde).