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Número de inquéritos policiais militares desde 96 é proporcionalmente maior na região do que no Estado
Investigações atingem 20% do efetivo
da Reportagem Local
O número de IPMs (Inquéritos
Policiais Militares) abertos na região de Ribeirão Preto nos últimos
três anos representa a investigação
de 20% do efetivo da área do 3º Batalhão de Polícia Militar.
Desde 96, foram abertos 248 inquéritos na região de Ribeirão Preto para um efetivo de 1.231 policiais, segundo a PM.
No Estado de São Paulo, o número de IPMs abertos é equivalente a
9% do total do efetivo. O Estado
tem 82.450 policiais militares e registrou 7.354 inquéritos desde 96.
O tenente-coronel Edison Flora
da Silva, comandante do 3º Batalhão de Polícia Militar de Ribeirão
Preto, afirma que o número de inquéritos não é alto.
"Sempre que há o indício de crime ou mesmo a dúvida, abrimos o
inquérito, mas a maioria deles é arquivada", afirma ele.
Nos últimos três anos, apenas 67
policiais foram indiciados e, desses, apenas cinco foram demitidos
ou expulsos da corporação nos inquéritos já encerrados.
Segundo a PM, os dois policiais
acusados de matar os três jovens
na chacina em setembro também
devem ser expulsos, mas o inquérito ainda não foi concluído. Os acusados estão no presídio militar Romão Gomes, em São Paulo.
O ouvidor das polícias do Estado
de São Paulo, Benedito Domingos
Mariano, afirma que o número de
inquéritos é alto. "É preciso haver
uma mudança no comportamento
da ação policial, com mais respeito
à população."
Segundo o ouvidor, a implantação do Proar deve ajudar a provocar essa mudança.
"No Canadá, se o policial tira a
arma do coldre, mesmo que não
atire, é afastado. Com o Proar, vamos inibir esse tipo de atitude no
Estado", afirma o ouvidor.
Polícia Comunitária
O promotor de Justiça Criminal
Djalma Marinho Cunha Filho afirma que a implantação da Polícia
Comunitária é um dos motivos
que ajudaram a reduzir o número
de IPMs em Ribeirão Preto.
"Além de aproximar o policial da
comunidade, como o PM trabalha
sempre, teoricamente, na mesma
área e no mesmo horário, ele é
mais facilmente identificado."
Para o promotor, isso provocou
uma contenção daqueles que,
eventualmente, tivessem a intenção de agir violentamente.
Segundo Cunha Filho, a redução
do número de IPMs na cidade foi o
primeiro efeito do caso de Diadema. "As reações da população
obrigaram uma retração no comportamento dos policiais."
O presidente da OAB (Ordem
dos Advogados do Brasil) de Ribeirão Preto, Cid Velludo Salvador, afirma que, apesar de o número de IPMs ser alto, não pode ser
considerado absurdo pelo tipo de
ação que o PM exerce.
De acordo com ele, há PMs sendo
investigados da mesma forma que
há profissionais de outras áreas.
"O fato de o comando abrir inquéritos para investigar as atitudes
suspeitas é um sinal de preocupação em esclarecer."
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