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OUTONO DO PATRIARCA
Apesar das mudanças na família, pai continua representando modelo de autoridade e de poder
Sociedade ainda destaca figura masculina
da Reportagem Local
Apesar da "confusão" dos pais
em relação ao seu papel na família,
a figura masculina continua a ter
forte destaque na sociedade.
"Olhe o jornal, olhe a televisão,
os políticos, os economistas, são
quase todos homens", afirma Maria Helena Bresser, diretora pedagógica da Escola Móbile.
"O modelo de autoridade, de poder, de decisão, o próprio sistema
político continua reforçando a
imagem do pai", diz ela.
Associado a isso, há um número
crescente de pais que buscam novos papéis, como levar os filhos à
escola e fazer tarefas domésticas.
O resultado é que a visão das
crianças e adolescentes a respeito
do pai e da mãe variam muito.
Em discussões com jovens de 11 a
17 anos, a maioria manifestou insatisfação com a ausência do pai
no dia-a-dia. A ausência é suprida
pela mãe que, apesar de também
trabalhar, está sempre mais acessível, participa do cotidiano dos filhos e toma as decisões.
Os mais velhos, talvez por terem
uma visão mais crítica sobre a própria família, são os que mais entendem a mudança como perda de espaço do pai e liderança da mãe. "A
crise começou quando minha mãe
passou a ganhar mais que meu pai.
Ela assumiu todas as responsabilidades em casa, inclusive a financeira, e meu pai ficou de escanteio.
Parece que não quer conviver mais
com a gente, que não se sente bem
no nosso meio", disse a estudante
A.C.R.M., 16. Já boa parte dos entrevistados de 11 e 12 anos, apesar
de expressarem a "polivalência" da
mãe, vêem o pai como o líder, o
provedor que tem a última palavra.
"Quero ser um pai de família como o meu pai. Enérgico quando
for preciso, mas brincalhão no dia-a-dia. Minha mãe é muito preocupada com tudo", afirma Geraldo
Felipe Pires Baptista, 12.
(PRISCILA
LAMBERT e FERNANDO ROSSETTI)
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