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Fascistas se
refugiaram
da enviada especial
Embora fosse um centro fascista,
a sede do movimento em Taquaritinga foi invadida e a bandeira italiana incendiada quando a Itália
ingressou na 2ª Guerra Mundial.
Segundo o historiador Arnaldo
Ruy Pastore, os filhos dos fascistas
foram levados a fazendas da região
com medo da repressão.
"Essa foi a parte triste da história
do movimento", diz Pastore.
O secretário do fascismo em Taquaritinga, Ernesto Pagliuso, reconhecia no ditador italiano Benito
Mussolini um líder em conflito
consigo mesmo, embora fosse
amigo do italiano.
Segundo seu filho, o médico cardiologista Vitório Pagliuso, seu pai
tornou-se fascista por ver Mussolini transformar a Itália numa das
maiores potências do mundo, mas
deixou de lado o movimento depois que o ditador resolveu entrar
na 2ª Guerra Mundial.
"Meu pai guardava no meio de
seus livros escritos de Jung -discípulo de Freud- sobre Mussolini
e concordava com a análise sobre o
ditador", diz Vitório.
Ernesto, segundo Vitório, acreditava que um conflito interno foi
o motivo que levou Mussolini à
guerra mundial. Quando Ernesto
ouviu pelo rádio que a Itália havia
entrado na 2ª Guerra, chorou.
"Ele sabia que seria o fim da Itália, que iria perder parentes."
Em uma das cartas enviadas por
seu sobrinho, datada de 24 de julho
de 1945, foi informado que quatro
sobrinhos haviam morrido. A carta trazia o carimbo da censura italiana e apresenta manchas escuras
no papel. "As manchas podem ter
sido lágrimas que oxidaram o papel", disse Vitório.
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