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Três cidades distribuem 80 mil litros de álcool
da Folha Ribeirão
Plantadores de cana distribuíram gratuitamente cerca de 80 mil
litros de álcool em três cidades da
região de Ribeirão Preto -Guariba, Jaboticabal e Dumont.
A entrega aconteceu nos postos
de combustíveis que pertencem à
Coplana (Cooperativa dos Plantadores de Cana) de Guariba, ontem,
das 10h às 15h30. Cada dono de
veículo que enfrentou a fila teve direito a receber 25 litros.
Essa foi a forma encontrada pelos plantadores de cana para reclamar do preço da tonelada da matéria-prima das usinas.
Em Jaboticabal, onde foi distribuída metade da cota de álcool
gratuita, a fila chegou a ter 500 veículos, segundo a Polícia Militar.
Houve panfletagem nessas cidades também, informando aos donos de veículos sobre as reivindicações da categoria.
A Coplana enviou quatro ônibus
na caravana que chegou ontem de
manhã a Brasília.
"A situação dos plantadores é
muito ruim, especialmente porque
muitos nem receberam a safra do
ano passado", afirmou Antônio
Carlos Pongitor, superintendente
da Coplana.
Situação
Os produtores querem a compra
imediata das sobras da safra passada porque ainda têm parcelas a receber das usinas.
Em Igarapava, por exemplo, a
ACI (Associação Comercial e Industrial) estima que os 240 produtores da região receberam apenas
40% do que plantaram.
Isso quer dizer, segundo a estimativa, que eles teriam ainda a receber cerca de R$ 5 milhões.
"O setor sucroalcooleiro emprega 70% da mão-de-obra da nossa
região e qualquer crise vai refletir
direto no comércio local", disse
Jorge Alberto Scandiuzzi, presidente da ACI.
As 45 usinas da região de Ribeirão Preto (nordeste de São Paulo)
empregam hoje cerca de 70 mil trabalhadores diretos. O número de
dependentes indiretos é quatro vezes maior, segundo estimativa dos
próprios usineiros.
Atualmente, essas empresas respondem por um terço da produção de açúcar e por 40% da de álcool no país.
No ano passado, elas produziram juntas cerca de 3,9 bilhões de
litros de álcool e 4,9 milhões de toneladas de açúcar.
Parte das sobras dessa produção
está sendo comprada agora pelo
governo e será leiloada, conforme
entendimento com a União.
Os próprios usineiros divulgaram que fecharam cerca de 16 mil
postos de trabalho nos últimos seis
anos na região de Ribeirão.
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