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Projeto de Gasparini muda lei e beneficia hospital particular
Proposta permite a Hospital São Paulo, na região nobre de Ribeirão, construir mais andares que o permitido pela lei
Projeto estava na pauta da Câmara ontem, mas não deveria ir à votação, de acordo com o vereador Cícero Gomes (PMDB)
DA FOLHA RIBEIRÃO
Para beneficiar o Hospital
São Paulo, que atende exclusivamente a rede privada de saúde, o prefeito de Ribeirão Preto,
Welson Gasparini (PSDB),
quer alterar pela segunda vez
em quatro meses a Lei de Parcelamento, Uso e Ocupação do
Solo, uma das peças complementares ao Plano Diretor.
De acordo com o projeto, que
estava ontem na pauta da Câmara, a proposta é permitir que
"hospitais, universidades ou
grandes instituições" (que não
estão definidas) construam
prédios de mais de três andares
mesmo em regiões onde a lei
atualmente proíbe, caso do
Boulevard, região nobre da cidade onde está o hospital.
Segundo o secretário de Planejamento e Gestão Pública de
Ribeirão, Marcos Spínola de
Castro, o hospital apresentou
ao Departamento de Obras
Particulares projeto para ampliar e modernizar sua sede. O
prédio, hoje com três andares,
ganharia mais um pavimento e
um andar subterrâneo. Sem a
alteração da lei complementar,
no entanto, a prefeitura não pode aprovar a obra.
"Por questão de bom senso,
não poderíamos manter a restrição de gabarito [altura dos
prédios] em prejuízo de um
melhor atendimento na medicina", Spínola. A Folha telefonou e esteve ontem à tarde no
hospital, mas nenhum diretor
foi localizado para falar sobre o
assunto com a reportagem.
Cícero Gomes da Silva
(PMDB), presidente da Comissão Permanente de Justiça da
Câmara, disse às 18h35 que não
daria parecer para votar o projeto na sessão de ontem, que já
estava em andamento. "A gente
precisa estudar antes, ver se vai
ter audiência pública."
Segundo o artigo 106 da lei
que regula o uso do solo, qualquer mudança na peça só poderia ocorrer em janeiro de 2010 e
"mediante parecer técnico (..),
após ouvidas as entidades técnicas afins, em audiência".
Beto Cangussu (PT) criticou
o projeto. "Se essa lei for aprovada pela Câmara, vai ser irregular e eu vou denunciar ao Ministério Público", afirmou. Em
julho, em outra mudança na lei,
a prefeitura conseguiu aprovar
a diminuição da área do Boulevard, excluindo da região a Vila
Santa Terezinha, a subestação
da CPFL Paulista e a Associação Portuguesa de Esportes
Atléticos -hoje, pode haver
prédios mais altos nesses locais.
(VERIDIANA RIBEIRO)
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