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CASO SELMA
Luiz Carlos Bento, que vai defender acusado de matar prostituta, tenta evitar que empresário seja ouvido
Novo advogado quer adiar depoimento
da Reportagem Local
O advogado Luiz Carlos Bento
quer impedir que o empresário Pablo Russel Rocha, acusado de assassinar a garota de programa Selma Heloísa Artigas da Silva, em Ribeirão Preto, seja ouvido hoje pela
Justiça.
Ontem à tarde, Bento protocolou
o pedido na Vara do Júri, afirmando que assumiu o caso anteontem
e não havia tido tempo para discutir como será a defesa com o acusado.
O advogado substituiu Said Issa
Hallah, que anunciou a saída do
caso na véspera do depoimento.
Até as 20h, o juiz Luís Augusto
Freire Teotônio não havia aceitado
o pedido de adiamento.
O depoimento de Rocha está
marcado desde a semana passada
para hoje à tarde.
Ele é acusado de ter arrastado a
garota de programa, presa pelo
braço à lateral de sua camionete,
em 11 de setembro passado.
O empresário já foi denunciado
pela Promotoria sob a acusação de
homicídio doloso (intencional) e
pode pegar, no mínimo, caso seja
condenado de acordo com o pedido do promotor, 16 anos de prisão.
Hallah disse que se desligou do
caso porque sua presença estaria
prejudicando o acusado.
Segundo o advogado, a Justiça
estaria vinculando o caso ao do
empresário Marcelo Cury, acusado de homicídio e também defendido por ele. Cury está em liberdade.
Rocha está preso desde o dia 14
de setembro, quando se apresentou para prestar depoimento à polícia.
Bento disse ontem que havia
analisado o inquérito policial, mas
deveria falar com Rocha hoje de
manhã, na Cadeia de Vila Branca.
O novo advogado afirmou que
irá mudar a tese de defesa e tentará
anular a denúncia feita pela promotoria e provocar o arquivamento do caso.
De acordo com Bento, Selma se
prendeu ao cinto de segurança acidentalmente, como Rocha descreveu em seu depoimento. "Portanto, não cometeu nem homicídio
culposo (crime sem intenção)".
Segundo ele, a modalidade culposa desse crime exige previsibilidade do ato. "O que não aconteceu, porque ele afirma não ter percebido o corpo."
O advogado anterior disse, no
início do caso, que tentaria provar
que houve homicídio culposo.
Bento tentaria anular a denúncia
feita pela Promotoria, alegando
que a Justiça errou ao substituir o
promotor que cuidava do caso,
Djalma Marinho Cunha Filho.
"O promotor se negou a denunciar porque precisava de mais diligências e não pediu o arquivamento, o que poderia gerar a intervenção da Procuradoria", afirmou.
Um novo promotor foi designado para o caso pelo procurador-geral Luiz Antonio Guimarães
Marrey.
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