DA FOLHA RIBEIRÃO

A empresa AT Manutenção e Equipamentos, prestadora de serviços da Atlas Schindler, não tem registro no Crea (Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia), segundo informou em depoimento representante do órgão ouvido ontem pela Polícia Civil.
Segundo José Galdino Barbosa, presidente da unidade de gestão de engenharia do Crea, sem o registro a empresa não tinha engenheiro responsável pelo serviço, o que o torna irregular. Há uma semana, o elevador de carros do condomínio de garagens Everest, no centro de Ribeirão, despencou durante manutenção e matou os operários Alonso Lima e Reginaldo Oliveira.
Para a polícia, a constatação da falta de registro devolve à Atlas Schindler, fabricante e responsável pela manutenção, a responsabilidade pelas mortes. Anteontem, o delegado Luís Geraldo Dias isentou a empresa, que apresentou certificados de qualificação dos profissionais e de terceirização.
"Descobrimos que a Atlas não poderia ter contratado a AT e as outras duas empresas. Não existe tragédia. Continuo acreditando na responsabilidade de pessoas pelas mortes."
Para David Richulski, advogado da Atlas, a visão da polícia é errada e o engenheiro da empresa poderia ser responsável técnico pelo serviço de terceirizada. Ele, porém, não deve ser responsabilizado.
Na segunda, a polícia recebe laudo e conclui o inquérito. "Provavelmente com indiciamento por duplo homicídio culposo, negligência e imprudência", disse Dias.


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