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Dárcy poderá remanejar 20% da receita em 2010
Prefeita terá R$ 226 milhões para aplicar sem precisar de aval do Legislativo
Projeto do Orçamento de Ribeirão para o próximo ano foi aprovado pela Câmara ontem em primeira discussão
DA FOLHA RIBEIRÃO
A prefeita de Ribeirão Preto,
Dárcy Vera (DEM), vai poder
remanejar 20% das receitas
previstas no Orçamento em
2010. Na prática, isso significa
que a prefeita terá uma "cota"
aproximada de R$ 226 milhões
para gastar como quiser, sem
pedir o aval do Legislativo.
O vereador Corauci Neto
(DEM), como faz em todos os
anos, apresentou emenda ao
Orçamento, aprovado ontem
em primeira discussão, reduzindo o índice de suplementação de 20% para 10%. Acabou
derrotado -só recebeu seis votos favoráveis, incluindo o seu
-e se declarou decepcionado.
Para o vereador, o índice de
20% é alto e quase significa
"entregar um cheque em branco à prefeita". "Eu acho que esse índice deveria ser zero. Se a
prefeita precisasse suplementar, ela mandaria um projeto
para a Câmara analisar e aprovar", disse Corauci.
O secretário de Governo de
Ribeirão, William Latuf, que
acompanhou a votação do Orçamento ontem, disse que o índice de 20% tranquiliza a administração. "Este ano, por exemplo, tivemos muitos imprevistos. Um percentual menor do
que esse, independentemente
do valor do Orçamento, engessa a administração", diz Latuf.
Nem o líder do PSDB na Câmara, Nicanor Lopes, nem o
único vereador petista da Casa,
Jorge Parada, as duas legendas
de oposição à prefeita, votaram
a favor da emenda de Corauci.
Os dois alegaram que votaram
de forma coerente, seguindo
posições de anos anteriores.
Nicanor, entretanto, tentou
reduzir de 20% para 10% a
margem de manobra no Orçamento previsto para este ano,
elaborado pela gestão anterior,
do prefeito Welson Gasparini
(PSDB), mas gerido por Dárcy.
A Folha não conseguiu apurar
ontem o posicionamento de
Parada em anos anteriores.
Silvana Resende (PSDB), que
votou a favor da emenda de Corauci, se absteve de votar o Orçamento. Segundo a tucana, a
peça não condiz com a realidade. "Eu fiz um levantamento
sobre quanto a administração
está gastando com o funcionalismo neste ano. No Orçamento, o valor previsto para o ano
que vem é menor. Como é que
pode isso?", disse.
Para 2010, a previsão de receitas é de R$ 1,131 bilhão,
15,4% a mais que neste ano.
Apesar da alta, a peça indica
um deficit de R$ 43 milhões.
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