Ribeirão Preto, Domingo, 11 de abril de 1999

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PERIGO NO AR 2
Para diretor do órgão em Ribeirão, demora na resolução de problemas amplia precariedade da estrutura
Daesp culpa a burocracia por problemas

da Folha Ribeirão

A burocracia nos diversos departamentos do governo do Estado ligados à segurança dos aeroportos da região é apontada como a principal responsável pela estrutura precária dos aeroportos da região de Ribeirão Preto.
De acordo com o diretor do Daesp (Departamento Aeroviário do Estado de São Paulo) na região de Ribeirão Preto, Luiz Carlos Rombola, 52, existe a necessidade de uma maior interação entre as várias áreas do governo ligadas aos aeroportos.
"Muitas vezes, unidades estaduais que possuem o mesmo interesse acabam se atravancando e dificultando a resolução de simples problemas", disse.
Ele cita o exemplo da falta de bombeiros nos aeroportos da região. "Para se conseguir mais profissionais e equipamentos, está sendo necessária a elaboração de um convênio entre o Daesp e o comando da Polícia Militar que poderá demorar semanas e que deveria ser resolvido facilmente."
A falta de funcionários nos aeroportos também é fruto dessa "falta de visão" da Secretaria de Estado de Transportes, segundo ele.
"Hoje, o interior do Estado tem uma importância vital para a economia do país, mas ainda continua sendo visto como de segunda ordem", disse.
Já o chefe de gabinete do Daesp, Wagner César de Araújo, afirmou que o Estado tem interesse direto na região de Ribeirão.
"O aeroporto de Ribeirão Preto é "prioridade zero' para a Secretaria dos Transportes, tanto que estamos acelerando o mais rápido possível o processo de privatização para melhor desenvolver as potencialidades da região."
Segundo ele, a falta de funcionários se reflete em todas as secretarias. "Quase sempre tentamos contratar mais pessoas para trabalhar nos aeroportos, mas as normas do governo são claras quanto aos cortes de despesas com funcionalismo", disse.
Para os administradores dos aeroportos da região, o baixo número de funcionários se reflete diretamente na falta de estrutura e na qualidade do atendimento aos passageiros.
"Quando acontecem imprevistos como desvios de vôos para nosso aeroporto, temos de nos desdobrar para atender a todas as pessoas", disse Daniel Faleiros Borges, administrador do aeroporto de Franca.
Segundo o diretor regional do Daesp, Luiz Carlos Rombola, seriam necessários pelo menos três vezes mais funcionários nos aeroportos da região para que a situação pudesse ser regularizada.
Em visita a Ribeirão Preto, o secretário de Estado dos Transportes, Michael Zeitlin afirmou que a "privatização" do aeroporto da cidade será a solução para a falta de investimentos.



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