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VIOLÊNCIA
Legista afirma que acusado não arrastou garota de programa; Promotoria rechaça nova perícia
Laudo reabre discussão do caso Selma
MARCELO TOLEDO
free-lance para a Folha Ribeirão
Um parecer apresentado ontem
pelo legista George Sanguinetti
contraria a tese de que Pablo Russel Rocha amarrou em um carro e
arrastou até a morte a prostituta
Selma Heloísa Artigas da Silva.
O crime ocorreu em setembro
de 98, em Ribeirão.
O parecer de Sanguinetti, contratado pelo advogado de defesa
do acusado, reabre a discussão
sobre o caso, um dos mais bárbaros já registrados na cidade.
Para a Promotoria, o laudo
apresentado por Sanguinetti não
tem validade como prova judicial.
"O trabalho feito até agora foi
conclusivo", disse o promotor José Vicente Pinto Ferreira.
Apesar de afirmar que Rocha
não teve culpa no crime, o laudo
de Sanguinetti também não indica como a garota se prendeu ao
cinto de segurança do veículo.
Selma morreu após ser arrastada por cerca de dois quilômetros
pelo veículo Pajero de Rocha.
A defesa alegou que Selma teria
ficado presa no cinto de segurança ao descer do carro e que Rocha
não teria percebido que o corpo
de Selma estava sendo arrastado.
Segundo o legista, para chegar à
conclusão, foi necessário refazer o
trajeto que a camionete Pajero fez
no dia do acidente.
O legista disse ainda que não foram encontrados vestígios de nó
no punho de Selma, o que excluiria a possibilidade de ela ter sido
amarrada por Rocha. "Ela não foi
amarrada. Isso é fundamental",
disse Sanguinetti.
Já o laudo apresentado pelo IC
(Instituto de Criminalística), de
São Paulo, dias após o crime, descartou a possibilidade de acidente. O laudo diz que a garota foi
presa pelo braço esquerdo.
Segundo o parecer do IML de
São Paulo, ela foi amarrada por
um nó duplo de forca.
O laudo apresentado ontem é
apenas preliminar. De acordo
com Sanguinetti, as informações
foram antecipadas porque Rocha
está preso há mais de um ano. "O
laudo definitivo deverá estar
pronto em 30 dias", afirmou.
O advogado de Rocha, Luís Carlos Bento, afirmou que pretende
anexar o parecer como prova da
inocência de seu cliente.
Segundo Bento, a perícia oficial
possui contradições. "Pedi a convocação dos peritos que trabalharam no caso para explicarem."
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