DO ENVIADO A SÃO CARLOS

Mesmo com os entraves ao desenvolvimento do polo, São Carlos já tem atrativos para as empresas do setor aeronáutico e as "satélites", que fornecem produtos e serviços. Em alguns casos, capaz até mesmo de concorrer com São José dos Campos.
O presidente da AAB (Associação Aeroespacial Brasileira), Paulo Moraes Junior, disse que "compensa olhar para São Carlos".
"A disponibilidade de terrenos para instalação de empresas e toda infraestrutura da região são bem interessantes", afirmou ele.
A AAB tem sede em São José dos Campos, onde também ficam o ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica), a Embraer e diversas outras instituições de ensino e empresas ligadas ao setor.
Até a grandeza do polo de São José dos Campos pode ser usada como uma vantagem para São Carlos, na opinião do coordenador da engenharia aeronáutica da USP, Fernando Catalano.
"Já está saturado o polo de lá. É preciso divulgar um pouco mais o que existe aqui. Isso depende de vontade política mesmo. Às vezes, a empresa tem interesse de vir ao Brasil, desiste de São José dos Campos e não conhece São Carlos", disse.
Uma prova de que a região tem condições de conquistar a preferência dos empresários é a instalação recente de companhias na cidade. No ano passado, a Goodrich, especializada em manutenção de sistemas aeroespaciais, inaugurou uma unidade dentro do condomínio de empresas da TAM.
Foi a primeira a integrar a proposta, que previa reunir até 22 empresas. O condomínio também abriga hoje uma lavanderia de capas de poltronas de aviões.
Outra companhia que optou por São Carlos foi a Airship do Brasil, que desenvolve o projeto do primeiro dirigível para transporte de cargas do mundo. "Foi a melhor opção", segundo a gerente da empresa, Renata Lopes.
Ela afirma que as condições podem ser melhores se houvesse mais fornecedores. "A maioria dos materiais não tem quem distribua no país."


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