Ribeirão Preto, Domingo, 21 de Agosto de 2011

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Ourofino é parceira de empresa citada

Para descartar suspeita de favorecimento a grupo de Cravinhos, Rossi disse que Inova também recebeu licença

Só que as duas empresas do setor mantêm negócios para produção de vacinas contra a febre aftosa no país


VENCESLAU BORLINA FILHO
DE RIBEIRÃO PRETO

A Inova Biotecnologia, empresa citada pelo ex-ministro Wagner Rossi (Agricultura) para descartar a suspeita de favorecimento à Ourofino Agronegócio mantém uma parceria com a empresa que deu caronas ao peemedebista em seu jatinho.
Segundo o presidente da Inova, Hugo Zanocchi, a Ourofino vai adquirir 10 milhões de doses da vacina neste ano para combater a febre aftosa.
A Ourofino é proprietária do jatinho usado por Wagner Rossi para viagens. Tanto a empresa quanto o ministro confirmaram o uso da aeronave, mas em raras ocasiões.
Segundo Zanocchi, 4 milhões de doses da vacina já foram comercializados na primeira campanha contra a aftosa, em maio deste ano. O segundo lote, com 6 milhões de doses, será vendido em outubro -para a segunda etapa da campanha.
A Ourofino tem sede em Cravinhos, cidade vizinha de Ribeirão Preto -onde Rossi mora-, e obteve licença para produzir e comercializar a vacina em outubro do ano passado.
Segundo o ministro informou em nota na semana passada, em outubro, a Inova Biotecnologia também obteve sua licença para operar. As licenças são concedidas pelo Ministério da Agricultura após uma série de medidas de biossegurança.
Zanocchi disse que a Ourofino requisitou as doses de vacinas por vender mais do que produz. Atualmente, a Inova tem capacidade para produzir até 70 milhões de doses por ano, segundo o presidente da empresa.
A Ourofino confirmou, por meio de sua assessoria, a aquisição das doses de vacina e informou que vai produzir 25 milhões de unidades neste ano.

PRAZO
O presidente da Inova Biotecnologia afirmou que o processo para conseguir a licença começou cinco anos antes. "Foi um ano de projeto, três de construção [fábrica] e um ano de testes para avaliação das doses", disse.
O projeto, segundo Zanocchi, custou R$ 120 milhões e não contou com financiamentos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), ao contrário da Ourofino.
Ele negou que haja outro tipo de relação com a direção da Ourofino, mas confirmou que a empresa de Cravinhos tem crescido "ano a ano" e de forma "ambiciosa".
Ainda ministro, Rossi foi procurado para comentar a relação entre as empresas, mas não se posicionou.


Texto Anterior: Lorella, 17, frequenta a Daslu desde os oito anos com a mãe
Próximo Texto: Ministério Público abre inquérito de caso em Uberaba
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.