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TRANSPORTES
Mototáxis não são localizados
Mototáxis ilegais são ignorados
ANGELO SASTRE
da Folha Ribeirão
O DTT (Departamento de
Trânsito e Transporte) da Prefeitura de Ribeirão Preto não está
exercendo nenhum tipo de fiscalização para coibir os cerca de 720
mototaxistas clandestinos que
atuam livremente na cidade e cujo número vem aumentando.
Desde a regulamentação da atividade, em 1998, apenas 74 das
800 motos que realizam o transporte têm autorização para circular e conduzir passageiros.
Para as agências e mototaxistas
legalizados, a falta de fiscalização
por parte do governo municipal
prejudica toda a categoria.
A principal reclamação dos legalizados é com relação à imagem
que os usuários têm do serviço.
A proprietária de uma agência
de mototáxis, Márcia Aparecida
Zanetti, reclama da posição adotada pelo governo municipal.
Ela diz acreditar que a falta de
fiscalização prejudica a categoria,
que acaba ficando com uma imagem negativa.
"Nós lutamos para conquistar
esse direito e agora qualquer um
pode realizar o serviço. Isso acaba
prejudicando a categoria, já que
muitos clandestinos se envolvem
em ocorrências ligadas ao tráfico
de drogas e assaltos", diz.
O diretor do DTT, Joel Carrera,
afirma que o município está
"dando um prazo" para a categoria se adaptar à legislação.
"Estamos dando um tempo para que eles se organizem sem
atropelos", diz Carrera.
Ele afirma que, no próximo
mês, devem ser expedidas pelo
menos mais 50 permissões para
exploração do serviço na cidade.
"O processo está em fase final e
as autorizações devem ser expedidas no máximo até a primeira
quinzena de março", diz Carrera.
Já o prefeito de Ribeirão, Luiz
Roberto Jábali (PSDB), diz desconhecer a falta de fiscalização dos
mototaxistas ilegais.
"A lei é clara e deve ser cumprida. Se não está havendo fiscalização, é uma falha do departamento
de trânsito", disse Jábali.
Enquanto deixa de lado a vigilância dos mototaxistas irregulares, a prefeitura intensifica a fiscalização das lotações. A administração publicou um decreto proibindo o transporte por meio de
vans e peruas no início deste mês.
Em cinco dias, foram apreendidos 19 veículos que transportavam passageiros irregularmente.
Além da apreensão dos veículos,
os motoristas recebem multa no
valor de 2.556 UFIRs (R$
2.719,84). Em caso de reincidência, o valor dobra.
O DTT estima que cerca de 200
perueiros estejam atuando na cidade. Já a associação da categoria
calcula uma frota de 500 veículos.
Para o diretor-superintendente
da Transerp, Romolo Prota, a
existência de lotações é prejudicial ao sistema de transporte coletivo convencional da cidade.
Ele afirma que o movimento
pode abalar o equilíbrio econômico das permissionárias que exploram as linhas urbanas e que elas
realizam um serviço de "Primeiro
Mundo".
"O clandestino atua somente
nos momentos de maior demanda, que é justamente quando
ocorre a compensação dos horários de menor frequência de passageiros", diz Romolo.
O prefeito Jábali é outro que
também considera o transporte
coletivo de Ribeirão de alto nível
(leia texto nesta página).
O presidente do Sindicato das
Empresas de Ônibus de Ribeirão
Preto, Carlos Cherulli, afirma que
nos últimos quatro anos o número de passageiros teve uma queda
de cerca de 24%.
Para ele, a circulação das peruas
e vans clandestinas poderia agravar ainda mais esse quadro.
"Os mototáxis têm uma influência pequena na queda de
passageiros, enquanto as lotações
interferem diretamente no movimento", afirma Cherulli.
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