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ANÁLISE
Prefeito adota postura distinta
LUÍS FERNANDO BOVO
editor da Folha Ribeirão
A atitude da Prefeitura de
Ribeirão Preto para coibir os
perueiros clandestinos chama a atenção por dois motivos.
Primeiro, pela rapidez
com que o serviço foi proibido e as lotações, fiscalizadas
e apreendidas. Segundo, pela diferença em relação à
postura que a prefeitura
adotou frente os mototaxistas.
Contrariando o estilo tucano, o prefeito Luiz Roberto
Jábali (PSDB) agiu como um
relâmpago: assim que ficou
sabendo que as peruas circulavam em Ribeirão, estipulou multas altíssimas e colocou a polícia nas ruas.
Pena que ele tenha agido
de maneira tão veloz em um
assunto que merece ampla
discussão.
Em relação aos mototaxistas, a coisa foi diferente.
Quando eles apareceram, a
prefeitura discutiu, analisou
e regularizou.
Regularizou, mas nunca
fiscalizou, beneficiando apenas os clandestinos.
Jábali afirma que Ribeirão
Preto não precisa das peruas
porque o transporte público
é de boa qualidade. O argumento é frágil.
Se o transporte fosse assim
tão bom, ninguém iria querer utilizar as peruas.
Quem usa as lotações diz
que as peruas passam em intervalos bem menores de
tempo.
Para quem depende do
ônibus, transporte bom é
aquele que passa em diversos horários, não atrasa e
serve toda a cidade.
A atitude intolerante do
prefeito em relação aos perueiros é mais um capítulo
da mal explicada novela que
envolve a prefeitura e as empresas de ônibus.
Assim como Jábali não
conseguiu justificar o mimo
que fez às empresas, dando
as linhas da Transerp, e como fez para saldar uma dívida de R$ 7 milhões por R$
600 mil, também não conseguirá justificar a linha-dura.
Como a invasão das lotações é irreversível, que a prefeitura defina limites e medidas para garantir a segurança dos usuários. Afinal, há
espaço para todos.
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