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Fazenda troca laranja pela cana e colhedora perde o emprego após 30 anos
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
RIBEIRÃO
"Para a gente que ajudou a
plantar, a cuidar, agora ver tudo isso com a raiz para cima é
difícil." A frase é de Maria
Umbelina Xavier, 60, trinta
deles dedicada à Fazenda São
Pedro, onde o laranjal arrancado recentemente vai dar lugar a um canavial.
Com o fim da plantação de
laranja, ela perdeu o emprego.
Mesmo contra sua vontade,
agora está de mudança para
Taquaritinga, onde tentará
conseguir a aposentadoria.
Na fazenda, Umbelina
acompanhava a manutenção
do laranjal, desde a plantação
até a colheita. "Trabalhava
com trator, fiscalizava as formigas, ajudava em todo o serviço. Jamais pensei que isso
fosse acabar." Com o canavial,
ela ficou sem função.
Segundo o proprietário da
São Pedro, Luis Fernando Cazari, a laranja precisa de
acompanhamento constante.
Para isso, ele mantinha três
famílias no local. Já a cana,
diz, só precisa de uma pessoa.
"A usina vem aqui e planta.
Depois, é só ter alguém para
ficar por aqui e tomar cuidado
com incêndios."
Nos 150 alqueires herdados
do avô e do pai, havia 100% de
laranja até 2006, relata Cazari. Hoje, 75% são ocupados
por cana-de-açúcar, com tendência de avançar ainda mais.
A última remoção na propriedade foi feita com as árvores ainda carregadas de laranja. Segundo ele, não compensava vender a laranja pelo preço oferecido pelas indústrias.
"Estava pagando pra trabalhar", lamenta Cazari.
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