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ECONOMIA 2
Telefônica não comenta o assunto; Rui Ribeiro e Afonso Duarte dizem que a manobra é permitida pela lei
Para ex-diretores, artifício usado foi legal
DA FOLHA RIBEIRÃO
Para ex-diretores da Ceterp
(Centrais Telefônicas de Ribeirão
Preto S.A.), o artifício contábil
que a Telefônica usou no balanço
de 99 da empresa municipal foi
feito dentro da legalidade.
"Não fizeram nada fora do que a
lei permite dentro dos aspectos
contábeis", afirmou o delegado
regional do Corecon (Conselho
Regional de Economia) e membro do conselho de administração
da Ceterp entre 97 e 99, Afonso
Reis Duarte.
O ex-presidente da Ceterp Rui
Salgado Ribeiro não quis opinar
sobre o prejuízo, mas afirmou que
os balanços das companhias de
capital aberto podem ser alterados antes de serem entregues à
CVM (Companhia de Valores
Mobiliários), o que só acontece
no início de abril.
A Telefônica incluiu no balanço
de 99 da Ceterp o provisionamento de R$ 33 milhões para a realização de um PDIV (Programa de
Demissões Incentivadas e Voluntárias), R$ 11,9 milhões para a revisão das taxas de depreciação
dos bens da empresa, R$ 4,9 milhões para a baixa de bens e R$
10,4 milhões para o pagamento de
impostos que estavam sendo discutidos na Justiça.
De acordo com Duarte, a inclusão ou não desses valores fazem
parte da política contábil adotada
pelas administrações das empresas de capital aberto.
"Você pode ser mais agressivo
ou mais conservador. A legislação
permite isso. Quando o Jábali entrou, ele fez a mesmo coisa em relação ao Palocci. Mudaram muito
as práticas", disse o economista,
se referindo à alteração na postura da administração da Ceterp durante a gestão de Luiz Roberto Jábali (PSDB) na prefeitura em relação ao governo anterior, do petista Antônio Palocci Filho.
Para provar sua tese, Duarte
apresenta dados. Em 96, último
ano da gestão de Palocci, a receita
da Ceterp foi de R$ 131,99 milhões
e o lucro, de R$ 6,9 milhões. Já em
97, ano em que Jábali assumiu,
apesar de a receita ter subido para
R$ 157,6 milhões, o lucro caiu para R$ 1,229 milhão.
Salgado explicou que, naquele
ano, foram incluídos no balanço
provisionamentos para o pagamento de impostos federais que a
empresa não pagou durante um
ano e que estavam sendo cobrados na Justiça.
"Essa mudança de postura é
normal, e os números mostram
isso", disse Duarte.
A Telefônica não quis comentar
o assunto. A Folha procurou anteontem, às 12h, a assessoria de
imprensa da empresa em Araraquara. Por volta das 16h, a assessoria informou que a Telefônica
não iria se pronunciar oficialmente sobre o assunto.
(ES)
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